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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

(Sempre a Aviar) A MÁFIA DA PALERMO PORTUGUESA (116)


OS DOGMAS DO FCP
Há mentiras que os portistas não admitem ser postas em causa. Ficam furiosos, até violentos.
Porque sabem que são essas mentiras que sustentam o actual (com 30 anos) FC Porto. Ao deixarem ou se deixarem atingir essas mentiras estão a permitir desestruturar o poderio do FCP. E isso deitará por terra o mito do Clube do Presidente Infalível. 
Apesar do tema de hoje no EDB ser acerca de assuntos do FC Porto, eles tornam-se importantes para os adversários - o Benfica para eles é inimigo - porque mostram como esse clube utiliza todos os meios para vigarizar e ainda "se ri". A rábula do número de espectadores - os dois últimos números são o dos marcadores do primeiro golo no jogo - ilustra como desprezam a verdade e o rigor!

Calabote
Dogma criado por José Maria Pedroto no final da década de 70 para "esconder" os benefícios que estava a obter da arbitragem. Perante as críticas que o FCP estava a ser beneficiado respondia que o "Vocês queriam era Calabotes!"
O árbitro Inocêncio Calabote era "persona non grata" de Pedroto Já no tempo do - anos 50 - como futebolista e capitais do FCP, devido a duas arbitragens do FCP com o SCP. Depois de terminar o campeonato nacional de 1958/59 o "Processo Calabote" serviu para esconder a arbitragem de Francisco Guiomar em Torres Vedras onde expulsou dois futebolistas do SCU Torreense. Se foram justo ou não a verdade é que o clube visitado ficou reduzido a nove, entre o 2-0 (88') e 3-0 (90') que deu o título ao FC Porto.
Depois com Pinto da Costa seguiu-se a arquitectura do Dogma Calabote: mais de dez minutos de "prolongamento" (quando foram três ou quatro minutos), expulsões de jogadores do GD CUF, grandes penalidades inventadas (quando duas são inequívocas, uma dúbia - há quem escreva desde não ter existido falta, até ser livre directo ou mesmo que era grande penalidade) mas há quem escreva - por exemplo, em "O Século" - que existiu uma grande penalidade aos 60 minutos transformada em livre-directo, ou seja, a falta foi cometida dentro da grande-área mas Inocêncio Calabote mandou colocar a bola fora desta!
O dogma ainda há pouco foi avivado, em Maio, pela revista oficial do clube portista.

Para o excelente "O Norte Desportivo" foram cinco minutos. O que confirma o que dizem algumas "fontes" que o jogo do Benfica começou sete minutos depois do que se realizou em Torres Vedras, mas depois, o FCP em Torres Vedras conseguiu atrasar o início da segunda parte em cerca de dois minutos, "encurtando" de sete para cinco o tempo de desfasamento entre os dois encontros!

Antigo Regime
Dogma criado por Pinto da Costa (no seguimento da Cartilha Pedroto de desviar as atenções) em meados dos anos 90 para justificar porque ganhava o FCP tanto nos anos 90 e não o conseguia fazer antes! Não conseguia porque o Benfica era o Clube do Regime por isso protegido por este com todos os outros clubes a serem prejudicados.

O primeiro clube a beneficiar do Regime Repressivo, implantado em 28 de Maio de 1926, foi o FCP.Foi Instituição de Utilidade Pública em 13 de Março de 1928. O SLB - integrando um conjunto de cinco emblemas - só atingiu tal distinção (e benesses financeiras) em 6 de Setembro de 1960.

O FCP teve dirigentes - presidentes da Direcção - com promiscuidade entre clube e Regime, ou seja, foram em simultâneo dirigentes do FCP e exerceram cargos políticos no Estado Novo. Ao contrário do Benfica.

Há um outro dogma (numa espécie de dogmazinho) associado a este. O FCP começou a dominar quando começou em Portugal a Democracia. Mentiras, mas que passam por verdades.

O Clube que mais beneficiou da implantação da Democracia foi o Benfica. Tricampeão logo entre 1974/75 e 1976/77. Nas vinte temporadas após 1974 (1974/75 a 1993/94) o SLB conquistou mais que o FCP: Mais dois campeonatos nacionais e mais duas Taças de Portugal, além de melhores classificações e melhores percursos na Taça de Portugal.

Por tudo isto Pinto da Costa só criou o dogma nos anos 90. Se fosse a seguir ao 25 de Abril de 1974 era ridicularizado, pois havia ainda muitas pessoas vivas e com memória que fariam chacota e virariam - com exemplos concretos - o Clube do Regime para o FC Porto.
Por tudo isto Pinto da Costa só criou o dogma nos anos 90. Se fosse nos anos 80 seria ridículo pois o Benfica ganhava mais.
E ganhou enquanto a Democracia não se degradou, com o FCP a ser um dos principais cancros dessa degradação, pela interferência que tem na política e na justiça.

Antes e Depois
Um dos dogmas que mais recentemente têm sido reforçados dentro do Pintismo portista é o do Dia e da Noite. Do Tudo e do Nada. Do Depois e do Antes. E que é a ideologia do Museu do FCP by BMG. Antes de Pinto da Costa o FC Porto nada ganhava. Quase nem existia. Porque a sua existência era vegetativa. Depois com Pinto da Costa refundou-se o Clube. Como que a dizer, se todos fossem como Pinto da Costa, se soubessem defender o FCP, o FCP ganhava tudo.
O "problema" é que não podiam ter feito corrupção como Pinto da Costa. Eram presos. O FCP ganhava à sua dimensão. E ganhava muito. Na sua região - campeonatos regionais e outras competições no âmbito da AFP - ganhava praticamente tudo. Dizimou os outros clubes (Académico, Salgueiros, Boavista, Progresso) Nem que fosse à força, como no caso dos "Andrades" (“Progresso”) no início dos anos 30. Por isso era odiado na cidade. E ainda é. Só nos subúrbios da Invicta é que tem apoio. Porque o tempo tudo faz esquecer, e há muito desenraizamento de valores.

A nível nacional foi o primeiro a ser campeão de Portugal (1921/22) depois equiparado a Taça de Portugal, pela FPF, em 1939. O primeiro a conquistar a I Liga (1934/35) depois equiparado a campeonato nacional, pela FPF, em 1939. O primeiro a conquistar um Bicampeonato. O segundo a conseguir - igualando o Benfica - três títulos de campeão nacional. Tudo antes do Sporting CP conseguir o primeiro título de campeão nacional.
O FCP ganhou menos que o Benfica e Sporting CP porque era de uma região menos populosa que Lisboa e com menor poder económico, baseada numa economia de desigualdades, onde estas eram maiores do que a existente na Grande Lisboa (Indústria pesada e comércio grossista). No Grande Porto (indústria familiar e comércio retalhista) os ricos são mais ricos e os pobres são mais pobres. Desde o tempo do Marquês de Pombal - desenvolvimento da região vinhateira do Douro - que é assim.
O Grande Porto, em termos económicos, não é comparável a Manchester/ Liverpool, à Catalunha, a Milão/ Turim, etc. É comparável a Salónica, Craiova, Sampetersburgo, etc.
Mesmo assim ainda ostracizava e achincalhava os pequenos clubes da cidade e arredores levando o ódio ao FC Porto a metade dos habitantes...

Refundação em 1893
Outro dogma é o da fundação em 28 de Setembro de 1893. Quando entre 1907 e 1987 foi sempre comemorada tendo como referencial 2 de Agosto de 1906. Uma decisão que se sabe foi tomada por Pinto da Costa depois de 2 de Agosto de 1986 quando lhe foi sugerida por Rui Guedes, autor da "Fotobiografia do FC Porto”, quando este andava a preparar a edição do livro, publicado em 1987. Livro que está proibido de ser reeditado por conter muitos documentos com  data de fundação 2 de Agosto de 1906.
Além disso Rui Guedes dá a entender que descobriu a data de 28 de Setembro de 1893 quando é falso. O notável portista António Rodrigues Teles que acompanhou e historiou o FCP praticamente desde o inicio já tinha analisado o assunto e percebido que não tinha havido ligação entre os dois clubes, apesar do nome e porque o de 1893 não passou de um repto lançado apenas num jornal de Lisboa para desafiar os futebolistas da cidade de Lisboa a defrontarem os da cidade do Porto.

Consta - foi dito pouco tempo depois da resolução da assembleia geral de Fevereiro de 1988 que alterou a data de fundação - que Pinto da Costa pressionado, por associados e alguns dirigentes que faziam parte da sua lista de gerência pelos maus resultados após a sua eleição como presidente em Março de 1982 assegurou que seria "até capaz de alterar a fundação do Clube e que conseguiria mudar na comunicação social a data de 2 de Agosto de 1906 para 28 de Setembro de 1893". E conseguiu. Provavelmente até com mais facilidade do que pensaria, a ser verdade que ele disse o que se disse - em finais dos anos 80 - que disse (por volta do aniversário dos cinco anos, da eleição ou tomada de posse - Março/ Abril de 1987 - de presidência)!

A refundação é uma mentira grosseira.
Um dogma com que Pinto da Costa goza pois até conseguiu inventar uma nova data de fundação para o clube e ajoelhar tudo e todos!

1.º - Se o FCP tivesse sido fundado em 1893 o seu fundador, António Nicolau d' Almeida tinha esclarecido o assunto. E teve muitos anos para isso pois faleceu em 1948. Teve 42 anos para repor a "verdade"! desmentido todos aqueles que comemoravam a fundação em 1906.
Não o fez porquê? Porque o clube que ele começou, e não fundou, não era o mesmo que o FCP que foi fundado em 1906!

2.º - Se o FCP tivesse sido fundado em 1893 António Nicolau de Almeida mesmo não podendo jogar (o dogma encena uma proibição por parte da esposa!) nada o impedia de ser associado do FCP!

3.º - Se o FCP tivesse sido fundado em 1893 o clube não andava até 1987 enganado! Quase cem anos!!

4.º - Se o FCP tivesse sido fundado em 1893 não se homenageava José Monteiro da Costa como fundador desde que faleceu em 1911 até 1987 (Pinto da Costa ainda esteve no cemitério de Agramonte em 2 de Agosto de 1986)! E com romagens anuais publicitadas nos inúmeros jornais da cidade António Nicolau d' Almeida nunca ficaria "impávido e sereno"! Nada disse ou esclareceu, porque nada havia a dizer ou esclarecer!

5.º - Se o FCP tivesse sido fundado em 1893 em 1906 - 13 anos depois - não se ignorava essa fundação! Os fundadores de 1906 desconheciam a existência desse FCP de 1893! Até da existência de futebol na cidade!!!!!!!!!!!!!

6.º - Se o FCP tivesse sido fundado em 1893 sabia-se a data da fundação não tendo necessidade de utilizar - por nada haver - o dia da edição de um jornal de Lisboa em que se publicou um repto de velocipedistas - cycles - do Porto a futebolistas de Lisboa. E logo com notícia da fundação escrita no dia em que o Clube foi... fundado! Num tempo em que uma carta demorava dois ou três dias a chegar a Lisboa vinda do Porto! Que pontaria! (Apesar das letras da data surgirem sempre bem pequenas para não se perceber que a data do jornal é a data do dia da fundação)

Arbitragens
Dogma. Não ligam aos árbitros, só se interessam pelo futebol "jogado nas quatro linhas"mas... nunca quiseram, através da Associação de Futebol do Porto (como maior associação regional do País), escolher o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (davam a Lisboa - AFL, 2.ª maior), o presidente do Conselho de Justiça (davam a Braga - AFB, 3.ª maior), o presidente do Conselho de Disciplina (davam a Aveiro - AFA, 4.ª maior),  para poder escolher o presidente do Conselho de Arbitragem, 4.ª na hierarquia!

Sport TV
Dogma. A Olivedesportos nunca quis desenvolver o espectáculo - futebol português - do qual vivia: as transmissões de jogos do Benfica, Sporting CP e FC Porto. Ao Benfica davam "tostões" para recolher "milhões" que distribuíam pelo FC Porto e Sporting CP (enquanto vigorou o Projecto Roquette.

Jornalecos e jornais
Dogma. São perseguidos pelos media, principalmente os de Lisboa.
Mas têm jornais arregimentados - O Jogo, Jornal de Notícias e Diário de Notícias (através da Controlinveste); e Público (da Sonae do portista, ex-dirigente do FCP, Belmiro de Azevedo). Em "A Bola" têm uma redacção norte de fanáticos e colunistas inenarráveis como Miguel Sousa Tavares e Pedro Marques Lopes. Do Benfica Bagão Félix e Fernando Seara. Quem?! Dâmaso Salcede!
(In blogue “Em Defesa do Benfica”)

«Viva o Benfica»... no cinema
No livro «Vítimas de Salazar», no capítulo referente à Censura (cap. 1, págs. 42 e 43), Irene Pimentel, uma das autoras, conta o que se passou em Portugal aquando da II Guerra Mundial e a forma como a população tentava manifestar o seu apoio aos Aliados. Transcrevemos: “Locais privilegiados de difusão de propaganda foram também as salas de cinema, onde a projecção de documentários sobre a guerra provocava reacções entre os espectadores, que, perante a omnipresença da PVDE [antecessora da PIDE], arranjavam meios subtis de expressão. O refugiado político Karl Retzlaw, que chegou a Portugal no Verão de 1940, relatou uma ida ao cinema, contando que, à entrada e dentro da sala, estavam polícias, prontos a intervir, caso surgissem manifestações do público. Numa ocasião, quando Hitler surgiu no écran, o público começou a arrastar os pés, quando surgiu Mussolini, os espectadores tossiram, e quando apareceram os monarcas ingleses, gritaram em uníssono: «Viva o Benfica!», identificando o popular clube de futebol com a Inglaterra.”
Mais uma prova de que o Benfica nunca foi o clube do antigo regime, muito antes pelo contrário...

Não somos 6 mas sim 14 Milhões
Muitas vezes os nossos adversários troçavam do facto de dizermos que havia seis milhões de benfiquistas. Em Portugal, são um pouco menos, mas um estudo recente de dois reputados professores catedráticos dá um número assinalável. Em todo o Mundo, há 14 milhões de benfiquistas!
O Benfica é, de longe, e desde sempre, o mais popular clube de Portugal. Começou a sê-lo porque nasceu do povo, passou por muitas dificuldades mas acabou por vingar.
Continuou porque foi o primeiro a derrotar os ingleses, que introduziram o futebol em Portugal e eram no início do século XX bem superiores às equipas nacionais. Foi-o, também, porque, ao longo de sete décadas, apenas utilizou jogadores portugueses nas suas equipas principais de futebol, só tendo quebrado a tradição quando, independentes as antigas colónias, se tornou impossível rivalizar com os grandes da Europa só com jogadores nacionais. E foi-o, finalmente, porque sempre foi o mais ganhador dos clubes portugueses, no futebol como nas restantes modalidades.
Um estudo recente dos reputados professores catedráticos Luís Recto e Jorge Sá, reunido no livro Vox Populi, dava conta de que são mais de 14 milhões os benfiquistas existentes em todo o Mundo, dos quais cerca de cinco milhões em Portugal e mais de 5,5 milhões na Europa (incluindo Portugal). Boa parte dos benfiquistas espalhados pelo Mundo estão concentrados nas antigas colónias portuguesas de África e ainda em Timor e nos principais núcleos de emigrantes espalhados pelo Mundo.

Vantagem consolidada
Periodicamente, são efectuadas sondagens procurando saber-se quais os clubes portugueses preferidos, a distribuição geográfica dessas preferências e o seu escalonamento etário. O Benfica aparece sempre em posição destacada, com tanta ou maior percentagem que Sporting e F.C. Porto juntos. Já assim era aquando de um grande estudo da Marktest para o jornal “ A Bola” em finais de 1992 ( o maior desde sempre realizado neste âmbito) e assim continuou a ser. Nesse estudo, o Benfica tinha 40,4 por cento das preferências dos portugueses, contra 20,3 por cento para o Sporting e 19,2 por cento para o FC Porto. O Benfica dominava em todas as regiões do país, excepto no Porto, em todas as classes sociais e em todas as idades, mas atingia a maior percentagem entre os jovens (15-35 anos): 43,9 por cento. Dados que indicavam já uma tendência para crescer a popularidade do Benfica.
Todos estes estudos revelam ainda uma outra realidade, aliás reconhecida por todos: o Benfica é o único clube de dimensão nacional, com grandes percentagens de adesão do Minho ao Algarve. O FC Porto, apesar de alguma melhoria nos últimos anos, concentra a grande maioria dos apoiantes na região do Grande Porto, tendo percentagens muito baixas no resto do país (para além de ser o clube “mais detestado”, segundo uma sondagem Público/Norma, também de 1992). O Sporting tem uma distribuição de adeptos mais equitativa ao longo do país que o FC Porto, mas com percentagens muito baixas em vários pontos.

Curiosidades. Sabia que?
Há pequenos episódios curiosos da história do Benfica, desde as mais inacreditáveis repetições de jogos à marcação dos encontros para datas “impossíveis”, passando pela não utilização do Estádio da Luz para encontros internacionais e finais da Taça de Portugal. Mas comecemos por duas medidas internas de alto significado...
Sabia que...
- Em Janeiro de 1909, o Benfica derrotou o Sporting (2-1), através de uma grande penalidade muito polémica, assinalada pelo árbitro, de nacionalidade inglesa, o Sporting protestou e o Benfica solicitou à Liga a anulação do jogo, pedido que não foi satisfeito mas que demonstra o desportivismo do Clube?

- Aquando dos primeiros jogos do Benfica no estrangeiro (1911), o médio Artur José Pereira, muito poderoso fisicamente e que era alvo para os espanhóis desde o primeiro encontro, já não suportou mais e, no último desafio, injuriou um dos adversários (“na presença de algumas damas que assistiam ao jogo”), sendo expulso do campo pelo próprio capitão da equipa Cosme Damião, só tendo mais tarde assistido ao banquete final por interferência conciliadora dos dirigentes do Corunha?

- Um dos primeiros grandes escândalos do futebol português deu-se na última jornada do campeonato de 1938/39, num célebre FC Porto-Benfica que estava empatado 3-3 quando, a um minuto do fim, na sequência de um canto, o Benfica marcou o quarto golo, que lhe daria o triunfo e o título nacional (o quarto consecutivo), mas o árbitro anulou, sem que se vislumbrasse qualquer falta, como aliás, uma célebre foto publicada na revista Stadium confirmaria?

- Em 1939/40, o Campeonato Nacional passou de oito para dez clubes, a título excepcional, pois o FC Porto fora apenas terceiro no Campeonato Regional e só os dois primeiros tinham acesso à competição, valendo então a votação das restantes associações regionais (nomeadamente a de Lisboa), que viabilizaram o alargamento, de forma a permitir a participação da equipa do FC Porto? Em 1941/42, o FC Porto voltou a ser terceiro e novamente foi alargada a competição. Até 1946/47, o acesso ao Campeonato da I Divisão dependia das classificações dos Campeonatos Regionais, só na época seguinte se tendo iniciado o modelo das subidas e descidas de divisão.

Inaugurado em 1954, só em 1971 o Estádio da Luz assistiu ao primeiro jogo da selecção nacional, numa época em que a maioria dos jogadores que a compunham eram do Benfica, enquanto, nesses 17 anos, o Estádio das Antas teve oito jogos da selecção, o de Alvalade quatro e o do Restelo um?

O Benfica teve que jogar (sendo naturalmente eliminado) um encontro da Taça de Portugal em Setúbal, frente ao Vitória, a 1 de Junho de 1962, no dia seguinte à primeira vitória na Taça dos Campeões Europeus (3-2 ao Barcelona), quando os 15 melhores jogadores (11 titulares e 4 suplentes) faziam a viagem de Berna para Lisboa?

- O Benfica foi forçado a repetir o jogo Belenenses-Benfica do campeonato de 1958/59, da 19a jornada (a sete do fim), na quinta-feira anterior ao jogo decisivo frente à Cuf (última jornada) e quatro dias depois de se ter deslocado a Alvalade (penúltima jornada), quando, a seguir ao campeonato, os clubes da I Divisão estiveram duas semanas sem jogar, à espera que terminasse a II Divisão, para disputarem a Taça de Portugal?

- O Benfica foi forçado a repetir (por se considerar que aquando de uma substituição chegara a ter 12 elementos em campo!) o jogo Sanjoanense- Benfica (0-2) da 4a jornada do campeonato de 1968/69 sete (!) meses depois, na semana da última jornada, durante a qual empatou em casa com o FC Porto (0-0), voltou a ganhar em S. João da Madeira (1-0) e foi a Tomar triunfar por 4- 0 no jogo do título?

- Desde a criação, em 1938, da antiga Comissão Central de Árbitros, nunca o Benfica teve um seu associado como presidente da estrutura nacional da arbitragem?

- Desde a inauguração do Estádio Nacional (1946), a final da Taça de Portugal nunca se realizou na Luz, mas já teve um jogo em Alvalade e quatro nas Antas, três dos quais com a presença do FC Porto, que ganhou um e perdeu dois, com Leixões (1961) e Benfica (1983... em Agosto, no início da época seguinte!)?

- Embora não conseguindo maior número de títulos nacionais consecutivos, o Benfica possui nada menos de cinco “tris”, contra apenas dois do FC Porto (um deles a caminho do seu “penta”) e dois do Sporting (um deles a caminho do “tetra”).

- Para além de deter o maior número de título nacionais (31, contra 23 do FC Porto e 18 do Sporting), o Benfica é também o clube com maior número de segundos lugares (24), em igualdade com o FC Porto (o Sporting tem apenas 18). E apenas cinco vezes o Benfica ficou para lá do terceiro lugar, contra 14 vezes do Sporting e 17 do FC Porto.

Continua a falar-se muito do célebre jogo Estoril-Benfica da 30ª jornada da época 2004/05, no qual a equipa da casa prescindiu de jogar no seu recinto para obter maior receita, optando por fazê-lo no Algarve, mas quem refere este jogo esquece-se das dezenas de casos semelhantes ao longo das últimas épocas e, nomeadamente, de um Gil Vicente-FC Porto realizado apenas um ano antes, na 29a jornada do campeonato de 2003/04 (antepenúltima deslocação do FC Porto, tal como no caso do Benfica em 2005), que passou de Barcelos para... Guimarães.

Entrevista a Jorge Schnitzer
Pergunta. A SIC inflacionou o futebol em Portugal?...
P. Aí entra a Olivedesportos.
JS. Eles aproveitaram a onda com a ameaça de que a SIC punha em causa a hegemonia da RTP no futebol…
P. Mérito de Joaquim Oliveira.
JS. O sr. JO foi esperto, acertando a compra dos jogos à Liga para posterior venda à RTP, com o apoio de Adriano Cerqueira que, segundo o “Independente” teve uma reunião com a Olivedesportos antes da entrega da proposta da RTP que já se sabia ser inferior à da Olivedesportos.
P. Mas, entretanto, a Liga abriu o concurso para os direitos de transmissão e dos resumos dos jogos…...
JS. A RTP deu menos que o Oliveira permitindo que a Olivedesportos, que não é uma estação emissora, entrasse no concurso. Só se o JO pusesse umas antenas na testa é que podia entrar nesse concurso, pois a RTP dizia, “Você ganhou? Parabéns, então emita!”  Devia ter havido um concurso apenas para intermediários e não misturar tudo neste “caldinho” que deu os resultados que deu.
P. A RTP é que permitiu estes valores?
JS. Claro, senão eles ficavam com o jogos no bolso e perdiam quase 2 milhões de contos (10M€).
P. Mas a RTP comprou…
JS. A RTP em vez de se retirar do concurso, obrigando a Liga a vender pelo preço que quisesse, faz aquela jogada estranhíssima que a obrigou a pagar, então, 3 milhões de contos (15M€)....
JS. Não sei, mas na renovação do contrato a RTP pagou 4 Milhões de contos (20M€), que saem do bolso do contribuinte para a Olivedesportos. Como é que a RTP pagou tanto dinheiro quando não tem opositor no mercado? (Posição monopolístia, portanto). Porque a SIC ofereceu zero escudos, não fez qualquer proposta…...
P. Está a dizer que a RTP tinha o mercado na mão e deixou-o fugir porque quis…
JS. A RTP tinha o mercado na mão mas prefere pagar ao sr. Oliveira.
Pronto, cerca de 35 milhões? Ainda há mais?

P. Voltando à publicidade…
JS. Essa é outra história muito importante. A RTP tinha uma empresa de publicidade estática, a LPE, tinha o melhor negócio de todos que era a publicidade estática do Estádio da Luz, que é o comercialmente mais valioso. Pois, a RTP acabou com a LPE…
P. Não me diga que a Olivedesportos também tinha uma empresa do mesmo estilo?
JS. A Olivedesportos é, exactamente uma empresa desse estilo, e concorrente da LPE. Porque é que a RTP vai dar dinheiro a ganhar a uma concorrente da LPE que pertence à RTP? Repare que uma empresa pública não pode dar “luvas” por fora a ninguém. A Olivedesportos pode dar prendas a quem entender. O que é certo é que a RTP nunca defendeu a sua empresa que era a LPE.
P. E acabou ou venderam-na?
JS. O Joe Berardo quis comprar a LPE mas como ela fazia concorrência a uma empresa da Olivedesportos, a RTP recusou-se a vendê-la, preferindo extinguir a empresa, o que é uma coisa exrtaordinária.

Realmente extraordinária esta coisa de extinguir em vez de vender... Não era suposto o Estado tentar ganhar dinheiro. Depois há o défice... Continuemos com o jorgito:

P. É Joaquim Oliveira o cancro do futebol português?
JS. ... Não se justifica haver um intermediário quando a RTP pode dominar directamente o mercado. Tem de se ver para onde vai o dinheiro dos contribuintes. É caso único no mundo haver esta promiscuidade entre um sócio da Olivedesportos (António Oliveira) ter sido seleccionador, ser treinador do campeão português, ser proprietário de um jornal (“O Jogo”) que impõe ao seu sócio um “black-out” desse clube para os jornais concorrentes e proprietário de uma agência de viagens (“Cosmos”) que oferece prendas a os árbitros que apitam esses jogos desse mesmo clube.
P. Isso é tentacular…
JS. Mais do que um cancro, isto é um verdadeiro “polvo” que mina a credibilidade do futebol.
P. A RTP Não zela pelos interesses dos contribuintes?
JS: Não zela!

“O dono da bola também perde jogos”
Saiba como Joaquim Oliveira ganhou a FPF com Gomes e porque perdeu a Liga para Figueiredo.

Para um homem que nasceu sem jeitinho para jogar à bola, Joaquim Oliveira fez-se grande no mundo do futebol. Enorme, aliás. “Nos círculos íntimos, faz gala em dizer que é o patrão do futebol.”O que Octávio Machado diz ao Expresso enquadra a entrevista que António Oliveira deu à RTP, na qual o ex-futebolista garantiu que Joaquim, irmão e dono da Olivedesportos, se vale da sua posição de credor dos clubes para exercer uma espécie de magistratura de influência. Mas a mão de Joaquim Oliveira faz sentir-se noutras esferas: na entrevista à RTP, António Oliveira diz que foi pela Olivedesportos que chegou a selecionador nacional.
Octávio Machado garante-nos que não foi o único, tal como escreveu no seu livro “Vocês Sabem do Que Eu Estou a Falar”Carlos Queiroz (em 1991) e Artur Jorge (em 1997) terão chegado à seleção graças a Joaquim Oliveira, que decidiu o futuro de ambos em reuniões no Hotel Gaia, para Carlos Queiroz, e no Hotel Altis, para Artur Jorge.
Estes episódios elucidam-nos quanto ao potencial de Oliveira nos bastidores — um potencial trabalhado no passado e que poderá estar a perder gás no presente. As eleições para a presidência da FPF, que consagraram Fernando Gomes, são o exemplo do sucesso. Mas a não eleição do ‘seu’ candidato para a Liga — António Laranjo perdeu para Mário Figueiredo — constitui uma exceção. Será a última ou apenas a primeira? Nas linhas que se seguem, o Expresso explica o que correu bem na FPF e mal na Liga a Oliveira, o dono da bola que perde jogos — e que, contactado pelo Expresso, não quis prestar declarações.

A vitória esperada
O currículo de Fernando Gomes é extenso e pode ser consultado na Internet: diretor do departamento de basquetebol do FCP, presidente da Liga de Clubes de Basquetebol, diretor-geral do FCP, vice-presidente do FCP, administrador da FCP, SAD... Mas nesse documento público não consta a sua passagem pela agência de viagens Cosmos, de Oliveira, que esteve envolvida no caso do árbitro Calheiros, em 1997. A Cosmos, na altura detida a metade pela Olivedesportos e por António Laranjeira, sofreu um rombo que culminou com a saída de Laranjeira. “E entrou o Gomes”, contam-nos fontes próximas do processo. Fernando e Joaquim tinham-se conhecido através de Adelino Caldeira, administrador do FCP, e tornaram-se próximos. Entre 1998 e 2000, até ingressar na FC Porto, SAD, Gomes foi “empregado de Oliveira e diretor do FCP”“Gomes era o ponta de lança do Oliveira no FCP”, confirma um antigo presidente de um clube. Ao Expresso, Gomes assume ter sido “administrador não executivo e não remunerado da Cosmos”, posição que ocupa nos mesmos moldes “na Misericórdia do Porto”.
Esta relação pessoal alavancou a candidatura e posterior eleição de Gomes na FPF. Entre dentes, dizia-se nos corredores que só um candidato com o apoio de Oliveira e da Olivedesportos poderia ganhar as eleições. Porquê? Porque os clubes precisam do financiamento da Olivedesportos, que detém o monopólio dos direitos das transmissões televisivas.
E Oliveira tinha o seu candidato: Fernando Gomes, o amigo de longa data. Direitos televisivos dos jogos da seleção (nos particulares realizados no estrangeiro, as receitas aumentam) estão nas mãos da Olivedesportos
António Sequeira, antigo secretário-geral da FPF, confessa ter batido de frente com a realidade.“Pensei numa candidatura independente, mas deixei de acreditar no Pai Natal. Pedi uma reunião com o Oliveira para expor-lhe o meu programa, e ele nunca me respondeu; e pedi outra com o Vieira, presidente do Benfica, e fiquei à espera até hoje. E eu até fui dirigente no Benfica!”, relata Sequeira ao Expresso. A candidatura não avançou.

O que continua a ganhar com a eleição de Fernando Gomes, o status quo não muda: o que Oliveira ganhava continuará a ganhar. Em primeiro lugar, através da Cosmos, que manterá o monopólio d as deslocações das seleções, dos campeonatos nacionais de futsal, dos nacionais da II e III divisões e de juniores e da Taça de Portugal.     
Como nos explica uma fonte de uma Associação de Futebol (AF) nortenha, nas viagens às regiões autónomas as equipas veem-se “coagidas a viajar pela Cosmos”. “Se decidirem ir por outra agência e o avião se atrasar, perdem por falta de comparência. Mas, se forem pela Cosmos, o avião pode atrasar-se que a FPF trata de reagendar o jogo”, garante a mesma fonte.
Nos regulamentos da FPF está afixado que o organismo tutelar do futebol comparticipa até ao limite máximo de €250 por pessoa numa viagem de ida e volta à Madeira e €300 aos Açores.
Mas os grandes ganhos de Oliveira com a FPF estão nos direitos televisivos dos jogos da seleção, em poder da Olivedesportos. Este pacote engloba as qualificações para as fases finais e os particulares, que, quando disputados no estrangeiro, permitem encaixe suplementar.

A derrota inesperada
Com Fernando Gomes na direção da FPF, faltava preencher o lugar que este havia deixado vazio na Liga. Joaquim Oliveira terá apoiado António Laranjo, que conheceu quando este dirigia a campanha para o Euro-2004, realizado em Portugal.
Laranjo apresentou-se como independente, mas numa reunião com clubes da Orangina fez questão de anunciar algumas amizades. “Frisou que era muito amigo de Gomes e Oliveira”, garantem-nos. “A ligação Gomes, Oliveira e Laranjo é evidente”, diz outra fonte. E Paulo Teixeira, antigo presidente da Câmara de Castelo de Paiva, vinca a ideia. “Quando me quis candidatar, o presidente da Oliveirense, José Godinho, disse-me na qualidade de porta-voz da Orangina que todos os clubes iam votar no Laranjo. E disse-me que eu teria de ter €1,6 milhões para garantir o triunfo”, conta Teixeira ao Expresso. Por fim, a entrevista de António Oliveira triplicou a colagem de Laranjo à Olivedesportos. Isso deixou os clubes menores com a pulga atrás da orelha: o putativo vencedor começou a ser visto como o homem do ‘sistema’.

O telefonema pela manhã
O plano ‘Laranjo-vencedor’, ainda assim, correu sobre rodas até quarta-feira, mas no dia de eleições, o sentido do voto mudou. Pela fresca, Mário Figueiredo, o outro candidato, telefonou a vários clubes da 1ª e da 2ª divisão a reforçar posições: 1) os direitos televisivos seriam negociados em bloco e a repartição das receitas seria mais justa; 2) ninguém iria descer, porque a 1ª Liga voltaria a ter 18 clubes e a 2ª 22, medidas para aprovar numa AG a ser marcada em breve. A segunda promessa, mais do que a primeira, fez com que clubes como o Rio Ave deixassem cair Laranjo. Com ele, pode cair o monopólio da Olivedesportos.», Expresso 
E o silêncio ensurdecedor da Comunicação Social desportiva? Cobardolas.

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