Lagartos e Viscondes
Depois de tudo o que aconteceu nesta semana ao SCP, ainda existem sportinguistas ilustres a defender o estroina do BC e a exaltar este excelso génio da gestão e da finança. É a confirmação da tendência geneticamente classista e supremacista deste clube centenário, nascido dentro da burguesia monárquica e na coscuvilhice entre pares, no sexismo e na misoginia dum clube secreto.
O parto desta associação assusta e é uma das razões por que não sou lagarto. A outra é porque detesto misturas com gente ilustre, néscia e cagona, com iletrados arrogantes, com intelectuais insofridos, com vaidosos das linhagens, com aduladores do dinheiro herdado, com castas ufanas e urbanas que desprezam os rurais que vingaram na cidade, nascidos nas berças da miséria e que cresceram nos ergástulos fumegantes do toucinho no braseiro que a cidade rejeitaria.
Trata-se de gente socialmente jactante, gabarola de estirpes afamadas, fanfarrões de famílias abastadas e com história, apegada aos empregos públicos surgidos das cunhas, beneficiários dos serviços dependentes do orçamento do país, conquistadores de mordomias, serventuários do Estado e herdeiros de antepassados brasonados que lhes proporcionaram bibliotecas e universidades para se manterem no cume da pirâmide do Estado, das corporações, da banca, dos reguladores, das forças militares, dos seguros e das empresas públicas e privadas.
Detesto, intrínseca e intelectualmente, estas castas que uluam em Alvalade de e nas Avenidas Novas, a quem o povo e os pedreiros apelidaram de betos e betinhos, que cresceram para oeste e se estenderam para o Estoril e Cascais. Detesto os notáveis e as famílias: Sampaio, Barroso, Ferreira Dias, Roquete, Rocha, Cintra, Ricciardi, Sobrinho, Relvas, Ferro, Pires de Lima, Santana, Portas, Soares dos Santos, Carmona, Barbosa da Cruz, Lacerda, Soares Franco, Palha Silva, Frasquilho, Salema Garção, Núncio, Fernandes Thomas, Tomás Froes, Vera Jardim, Cortes Martins... Uff, tanto ilustre! Tanto empertigado social que trata o país como quinta e os portugueses como serviçais!
O meu clube é do povo que enche o estádio com saloios assimilados e provincianos que baixam à capital para assistir aos jogos do seu Benfica na “catedral”; que sempre se deslocaram em magotes, vestidos de fatos de trabalho número único, a cheirar a suor e salpicados de cimento, com as mãos gretadas dos baldes e dos tijolos; que em vez de tratados e códigos se faziam acompanhar-se de garrafões de vinho tinto, sardinha de escabeche e couratos para desgustarem no chão empoado da avenida, às portas de Monsanto. Foi este povo que construiu o antigo Estádio Da Luz, durante fins-de-semana, pagando bilhetes dos combóios, vindos das Beiras ao Algarve, sem direito a recompensas nem blandícias, carregando pás, talochas e sacas de cimento desviadas dos estaleiros dos patrões.
É este povo que eu amo! É junto dele que me stino bem! O Benfica não é uma “naçon-e”, o Benfica é uma religião axiomática dum só dogma; victória. Carrega Benfica!
Os condes, adeptos e sócios de um clube falido há muito tempo, elegeram para presidente da canhestra associação em 2013, um bardamerda vindo dos pardieiros africanos. Um deslumbrado, ávido de publicidade, mortinho por aparecer diariamente na televisão, feito actor de quinta categoria a passear na passadeira verde; por integrar a fina-flor do jet-set da capital; por se imiscuir no seio das famílias nobres do regime que ocupam os camarotes de luxo de Alvalade, longe das cáveas dos desnutridos onde sempre sentaram o traseiro. E não é que o homem, manipulador, populista, fanático e hooligan conseguiu mesmo! Quem lhe chamou Vale e Azevedo do Sporting, acertou.
Um ser desprezível e dissimulado – tanto que até os notáveis Dias Ferreira e os Eduardo Barroso acreditaram nele, que tratou logo de arranjar uma cerimónia de casamento (as anteriores não valiam, a que vale é esta...) ao nível da nobreza que reunisse a fidalguia do reino; televisões em directo, coches de encantar, revistas sociais presentes, fotógrafos com máquinas apontadas, convidados aos montes, Mosteiro dos Jerónimos como ar e caviar para distribuir. Prendas? Prendas, só em dinheiro. Os convidados deviam comportar-se com classe superior, noblesse oblige, nada de foleirices, nem contas bancárias em dieta! E os sportinguistas não conseguiram vislumbrar nada! Não interessava, o homem salvara o clube.
Salvara o clube! Hoje, “zangadas as comadres, descobertas as verdades”, podemos, mesmo sem consultar os contratos, inferir as condições mais importantes acordadas com os bancos que decretaram o perdão da divida do SCP e deduzir os pontos fortes das negociações.
O bardamerda africano encontrou o clube falido. Literal e tecnicamente. Não havia dinheiro e há muitos anos que o clube não acrescentava património, reduzia, aliás, o activo tangível para sobreviver.
O exemplo mais flagrante foi a venda do Moutinho para o clube da fruta. Vender ao Poaarto? Foi a demonstração evidente da inanição financeira! O serviço da dívida bancária acumulada depauperava o clube e não permitia investir no futebol.
O bardamerda tomou uma decisão corajosa; geniflectiu perante os bancos e, exaurido, informou-os que não pagava, nem juros, nem capital. As instituições financeiras conhecedoras da insolvência e confortadas por algum sportinguismo, assumiram o problema e depararam-se com um dilema: matar o cliente, requerendo a insolvência, ou mantê-lo vivo, renegociando a dívida.
Desta renegociação saiu, como é do conheicmnto público, a substituição da dívida de cerca de 140M de euros por VMOCS, Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis, remunerados à taxa de uro de 3,5%. Juros exigíveis apenas no caso de a SAD distribuir dividendos. Agora imaginam em que milénio é que o SCP vai dispor de um exercício que gere lucros de tamanho tal que permita a distribuição de dividendos pelos acionistas!
Primeiro round: BdC viu-se livre da dívida de 140 milhões e dos respoecivos juros, cerca de 30 milhões de euros em 4 anos.
Sabe-se agora que os bancos para aceitarem a troca da dívida por VMOCS exigiram que a Holdimo, de Alvaro Sobrinho (de quem se diz que desviou cerca de 400 milhões de euros do BES-ANGOLA), transformasse o empréstimo de 20M em acções da SAD. Exigência que visou afastar um credor preferencial e reforçar os capitais próprios da SAD, numa ténue tentativa de a fortalecer financeiramente e de possibilitar uma hipotética recuperação.
Para Álvaro Sobrinho, que aceitou a exigência bancária, transformar crédito em acções não foi mais do que abdicar do capital e dos juros. Mas para quem compra apartamentos no Estoril, às dúzias, por 10M de euros cada!
Segund round: BdC viu-se livre da dívida de 20M e dos respectivos juros, cerca de 3M em 4 anos. Os bancos não se ficaram por aqui. A ideia de viabilizar a SAD sportinguista, presente nas negociações da troca de dívida por obrigações, encaminhou-os para o reforço da autonomia financeira da SAD para o que, pelos vistos, as acções de Álvaro Sobrinho se mostraram insuficientes. Exigiram, então, a entrada de um investidor accionista que injectasse 18M na SAD. Ou seja, alguém disposto a meter em capital próprio da SAD os ditos 18M a troco de remuneração nenhuma. A última notícia vinda dos mentideros sportinguistas aponta para o surgimento de um investidor fantasma, sem cara, que disponibilizara os 18M exigidos pelos bancos para aceitarem a operação em troca de dívida.
Terceiro round: BdC passou a dispor de mais 18M, que não necessita de reembolsar, nem de pagar os respectivos juros, cerca de 1M euros. Como sabemos, e como expliquei numa anterior crónica, os bancos, a partir do momento em que entraram neste jogo e substituiram dívida por obrigações, ficaram nas mãos do cliente e perderam autonomia decisória. Como referi, só receberiam algum se aparecesse um chinês a comprar as obrigações VMOC ao preço da uva mijona ou seriam obrigados a vendê-las ao Sporting ao preço que a SAD quisesse.
Quarto round. Os bancos aceitaram vender à SAD os VMOC por cerca de 30% do valor de emissão, configurando um perdão de cerca de 100M euros. Na práctica, os bancos intervencionados, com as condições impostas para avançarem para a operação de troca de dívida, ofereceram a BdC, em perdão de capital, perdão de juros e em reforço de capitais próprios, quantos milhões?
Agora é só somar: 100 + 30 + 20 + 3 + 18 + 1. O mago da gestão e da finança, elogiado e exaltado por José Pina, Eduardo Barroso, Dias Ferreira e tantos outros, dispôs de 182M de euros, dados, para safar o clube dos condes.
São muitos milhões que os portugueses têm que pagar através da intervenção do Estado na banca, que permitiu repor os níveis de capital comido pelas imparidades destes e de muitos outros créditos incobráveis.
Mantenho que a Bolsa de Valores e o Banco de Portugal deveriam analizar estas operações financeiras ruinosas. O Sporting tem activos que valem milhões e que, estando livres deveriam servir de garantia para pagar as dívidas; academia, estádio, passes dos jogadores, receitas de bilheteira, receitas da UEFA, patrocínios e receitas da NOS. O perdão decretado é vergonhoso para o país, o desporto, a concorrência e a verdade desportiva.
Ao Clubce dos Viscondes perdoam-se as dívidas. Ao Clube da Fruta oferecem centros de estágio e terrenos para construir o estádio. Está linda a moenga!
Carrega Benfica!
Cèsar Boaventura ataca again!
15/05/18
César Boaventura recorreu ao Facebook para atacar Nuno Saraia, diretor de comunicação do Sporting, e defende que foram alguns dos principais responáveis leoninos quem deu aval à situação vivida em Alcochete: "Essas agressões aposto que foste tu, o teu presidente e o Geraldes do saco, que mandaram fazer para abafar a corrupção em que anda metidos. Não gastem as energias todas. O melhor está para vir", sublinhou o empresário de futebol.
Esta acusação veio na sequência de uma resposta às críticas que Nuno Saraiva fez ao próprio César Boaventura quando este falou de um esquema de corrupção que envolvia André Geraldes."Alguém me sabe dizer onde está o doente anão do Nuno Saraiva? Já falou? Fale agora. Fala agora em mim, que nunca me meti contigo e nunca faltei do Sporting, até falares o meu nome com essa boca porca. Vai-te embora pinta rodapés. Tem vergonha e respeita os sócios, adeptos, simpatizantes", frisou César Boaventura.
As Suspeitas existentes são Insuportáveis!!! AHAHAHAHAHAHA!
O diretor de comunicação criticou ainda aqueles que condenaram a postura de Bruno de Carvalho, por este pedir intervenção governamental no futebol português Nuno Saraiva, diretor de comunicação do Sporting, reiterou o pedido feito por Bruno de Carvalho, presidente do Sporting, que apelou a uma intervenção do Governo no futebol português, lembrando, a propósito, que "as suspeitas existentes são insuportáveis".
Através de uma publicação no Facebook, Nuno Saraiva lembrou que ainda esta terça-feira "os polícias e os militares pediram a intervenção do Presidente da República para que este, junto do Governo, pressione para que os seus problemas sejam resolvidos", portanto Bruno de Carvalho foi oportuno nas suas pretensões e condenou quem o critica. "Parece que é visto como um crime de lesa-pátria quando quem pede a intervenção do governo no futebol, junto de uma federação que é por si tutelada, é o presidente do Sporting."
E prosseguiu na sua visão. "A verdade é que, no espaço público, todos concordam que as suspeitas existentes são insuportáveis, que o ambiente é perigosíssimo, que as cartilhas de terrorismo comunicacional são inaceitáveis, que a verdade desportiva tem que ser um valor inalienável e inegociável, etc., etc., etc.. Mas depois, hipocritamente, quando se exige a intervenção de quem tem responsabilidade de o fazer, aqui d"el rei que é incendiário e que está a criar cortinas de fumo e factos para distrair."
O Funeral Público do Benfica (O fim da macacada!!)
Um email enviado a um blogue benfiquista pelos criminosos do costume.
“Segundo estes dados, que batem certo e já tivemos oportunidade de validar alguns pontos que estão lá escritos nesta denuncia o plano não tem nada de ilegal, diga-se, assenta acima de tudo no esmagamento mediático constante da imagem do SLBenfica por diversas pessoas (jornalistas, comentadores, funcionários dos clubes e até jogadores...) para que árbitros, juizes e todas as forças de ordem e justiça, por pressão pública e perante constantes julgamentos populares seja forçadas a penalizar o SLBenfica.
Desportivamente já vimos o resultado, preparem-se os benfiquistas para a pressão que está a ser orquestrada sobre a justiça, envolvendo juizes.
Por outro lado, inqualificavelmente, a estrutura de investigação sabe bem que ambos os clubes têm acesso a todos os emails do SLBenfica até há alguns meses atrás... atualmente conhecem contratos de jogadores, patrocinadores, etc... e tem havido partilha de informação com terceiras partes com vista a penalizar o SLBenfica no momento de renovações e até na disputa de novos contratos.
Há quem diga que um contrato de muitos milhões chegou a certas pessoas antes de negociarem os seus respetivos contratos que deram origem também a vários milhões.
Face a um plano que, repito, pelo que já pudemos, validar nada tem de ilegal... trata-se simplesmente de atacar, fragilizar e depenar de forma exaustiva o SLBenfica para que não volte a ganhar nos próximos anos.
Há gente nestes clubes que têm UNICAMENTE como função fazer isto!
O que se está a passar é gravíssimo, na medida em que se trata de estratégias concertadas para, com a complacência da justiça, poder conspirar contra um adversário comum.
Mesmo resultando em títulos e muito dinheiro para os obreiros desta estratégia, o que se antecipa é o afastamento de muita gente do fenómeno do futebol, a redução de muito potencial de receitas e a destruição de muito do que é hoje o futebol nacional a troco dos planos destes dois clubes.
Tem a palavra a FPF... que aparentemente, à boca pequena, se mantém calada porque entende que será a unica forma de "não ser sempre o mesmo a ganhar, face à diferença do projeto empresarial que, a prazo, iria secar os adversários".
(A propaganda dragarta no seu melhor. Vivem na “Twilight Zone”. “Wishful thinking” para papalvos. E ainda têm a lata de dizerem que é tudo legal!! Para eles, corrupção e tráfico de influências é uma coisa legal!! WTF!!!!).
Só eu sei porque sou Caloteiro!
Se deve pouco dinheiro a um banco, o problema é seu. Se deve muito, o problema é do banco. É a terceira vez que Novo Banco e BCP fazem um perdão à dívida do Sporting. Faz sentido?
A discussão sobre os devedores à banca entrou novamente na agenda depois de Rui Rio ter dito que queria que a Caixa Geral Depósitos tornasse pública a lista dos seus 50 maiores devedores em incumprimento ou com dívidas reestruturadas. Isto para que o país percebesse por que razão teve de injetar 5 mil milhões de euros no banco público, dinheiro esse que para o líder do PSD poderia ser utilizado para outros fins, nomeadamente para aumentar salários na Função Pública.
A ideia de Rui Rio foi acolhida pelo PCP, CDS e Bloco que até querem mais. Querem que a divulgação da lista dos caloteiros da banca abranja não só a Caixa, mas todos os bancos que receberam ajudas públicas. Esta possibilidade de fazer tábua rasa do sigilo bancário tem uma vantagem e uma desvantagem.
A vantagem é que permitiria escrutinar as opções dos bancos e impedir que se dessem créditos por favor ou por cunha, ou simplesmente porque o banqueiro é adepto de um determinado clube. A desvantagem é que colocaria os bancos que tivessem de mostrar esses créditos em situação de desvantagem face aos concorrentes: nenhuma empresa quereria fazer negócios com um banco cujo historial de crédito possa ir para aos jornais.
Colocando a vantagem e a desvantagem na balança, a desvantagem pesa mais, ou seja, os bancos não devem revelar quem são os seus maus pagadores. Até porque existem, ou deveriam existir, mecanismos internos e externos nos bancos para controlar a forma como se dá crédito e a forma como são negociados.
Isto que dizer que não devemos questionar a forma como a banca dá crédito ou o renegoceia? Falso. Há casos, como os sucessivos perdões de dívida que o Novo Banco e o BCP deram à SAD do Sporting ou ao próprio clube que merecem ser escrutinados, questionados e estranhados, até porque podemos estar perante negócios moralmente questionáveis e que minam a confiança no setor financeiro.
O acordo de reestruturação
Comecemos por contar a história do início. O Sporting, como quase todos as SAD de futebol, era (é) um clube que estava falido: capitais próprios negativos, dívida astronómica à banca e violações constantes do artigo 35 do Código das Sociedades Comerciais.
Para ajudar a resolver o problema, ou pelo menos para adiá-lo, em 2011, ainda no tempo José Eduardo Bettencourt, o Sporting emitiu VMOC (Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis em ações) no valor de 55 milhões de euros, que são instrumentos em que a banca troca dívida por um instrumento financeiro que, se não for pago, dá ao banco o direito a ficar com capital da SAD.
Como as dificuldades financeiras da SAD continuaram, no dia a 14 de Novembro de 2014, a SAD e o Clube fizeram um Acordo de Reestruturarão Financeira com o BCP e Novo Banco e consistia, grosso modo, no seguinte:
1. Renegociação dos financiamentos bancários, mediante a contratação de novas linhas de financiamento em condições mais vantajosas para o Grupo SCP;
2. Reembolso dos saldos intergrupo, designadamente da dívida do SCP à Sporting SAD;
3. Aumento de capital da Sporting SAD por conversão de dívida em paticipações da SAD à Holdimo;
4. Novas entradas em dinheiro a efetuar por investidores externos;
5. Emissão de novos valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis (VMOC) em ações da Sporting SAD por conversão de dívida dos bancos.
5. Emissão de novos valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis (VMOC) em ações da Sporting SAD por conversão de dívida dos bancos.
No âmbito deste acordo (ponto 3), o angolano Álvaro Sobrinho passou a ser o maior acionista individual da SAD e, no âmbito do ponto 5), a SAD do Sporting voltou a emitir, em dezembro de 2014, os VMOC B no valor de 80 milhões: 56 milhões subscritos pelo BCP e 24 milhões pelo Novo Banco.
Os três perdões
Até aqui, não há nada de estranho. É uma relação entre uma SAD meio falida e dois bancos cheios de boa vontade em ajudar o clube e a quererem reaver o dinheiro que emprestaram. A estranheza começa quando, não se percebendo muito bem o porquê, BCP e Novo Banco começam a não cumprir o Acordo de Reestruturação e a perdoar dívida atrás de dívida.
1º perdão: O primeiro perdão aconteceu a 8 de janeiro de 2016, quando a banca e a SAD decidem prolongar a maturidade dos VMOC A em 10 anos, até 2026. A contrapartida foi a subida de 3,5% para 4% dos juros pagos. Neste perdão, o agravamento dos juros é claramente insuficiente para compensar tamanho alargamento de maturidade e, na negociação, foi introduzida uma cláusula de que os juros são pagos “caso a SAD do Sporting tenha lucros e distribua dividendos”. É uma espécie de, “se puderes, pagas. Se não puderes, a gente não leva a mal”.
A renegociação dava de tal forma nas vistas que, nessa altura, a Assembleia da República chegou mesmo a discutir uma petição contra esse prolongamento e o aparente tratamento desigual com que os bancos brindam os clubes de futebol e as famílias.
2º perdão: O segundo “perdão” tem a ver com o Ponto 4) do Acordo de Reestruturação. Como o Sporting, pelos vistos, não conseguiu encontrar um novo investidor para injetar 18 milhões de euros através de um aumento de capital, então o Novo Banco resolveu adiantar esse dinheiro, cobrando um juro de 1%, sim, leu bem, 1%.
3º perdão: Foi na semana passada que ficámos a saber por um artigo que Bruno de Carvalho escreveu no DN, e pelo Correio da Manhã, que os dois VMOC (VMOC A = 55 milhões e VMOC B = 80 milhões) que totalizavam 135 milhões de euros, poderiam ser recomprados pelo Sporting por 40,5 milhões, ou seja, com um desconto de 70%. Em vez de 1 euro, os VMOC podem ser recomprados por 30 cêntimos cada.
Se Paulo Futre pensava que ir buscar charters de chineses era um negócio da China para o Sporting, enganou-se. Este negócio com o Novo Banco e com o BCP é que é o negócio da China.
Reflexões e conclusão
Estes negócios ou negociatas entre o Sporting e a banca levantam várias questões, de índole moral, financeira e clubística.
Se um pobre coitado de um cliente falhar meia dúzia de pagamentos da prestação da casa, os bancos acionam de imediato a hipoteca e ele fica sem casa. É caso para recordar aquela máxima:“Se deve pouco dinheiro a um banco, o problema é seu. Se deve muito, o problema já é do banco”.
Se uma empresa não paga a tempo e horas, na melhor das hipóteses a sua dívida é reestruturada e a banca normalmente transforma dívida em capital. Por isso é que hoje os bancos são acionistas das mais variadas empresas, desde a comunicação social ao turismo. Quando não ficam com o capital, entregam-no aos fundos de recuperação como a ECS. Se é assim com as empresas, por que é que com o Sporting é diferente? Dois pesos, duas medidas.
O Novo Banco e o BCP desculpam-se, informalmente, dizendo que já tinham colocado parte do dinheiro dos VMOC como imparidades, ou seja, já tinham dado o dinheiro como perdido. Então se já o tinham dado por perdido, não deveriam executar a hipoteca e transformar a dívida em capital?
Há quem argumente que os bancos não querem forçar a conversão dos VMOC, já que a banca não tem vocação para ser acionista de um clube de futebol. Então, se assim é, por que razão aceitaram o capital de um clube de futebol como garantia de um instrumento financeiro?
Há quem argumente que os bancos não querem forçar a conversão dos VMOC, já que a banca não tem vocação para ser acionista de um clube de futebol. Então, se assim é, por que razão aceitaram o capital de um clube de futebol como garantia de um instrumento financeiro?
O Correio da Manhã afirma que no âmbito do 3º perdão, o Novo Banco e o BCP vão poder usar os 17,5 milhões de euros que o Sporting colocou à parte, numa conta penhor, para um dia pagar esses VMOC. Então os bancos dão-se por satisfeitos por receber como contrapartida poderem usar um dinheiro que já é seu?
Sendo o Novo Banco um banco com 25% de capital público, e tendo recebido 4,9 mil milhões em 2014 e podendo receber mais 3,9 mil milhões de euros de capital contingente com dinheiro dos contribuintes, não deveria ter um maior cuidado na concessão / renegociação destes créditos? E não deveria dar uma explicação pública sobre este negócio?
Quando a Comissão Europeia veio dizer que no Novo Banco continuava a ser “concedido crédito por favor”, tal como no tempo do antigo BES, será que estava a referir-se a negócios como este do Sporting?
Conclusão: É imperdoável e inadmissível!!
AS TOUPEIRAS
Nem só o Benfica terá “toupeiras” no interior do sistema judicial português. Também FC Porto e Sporting terão elementos infiltrados na estrutura, com acesso ao programa informático Citius, que centraliza as informações judiciais na Internet.
Muitos magistrados do Ministério Público suspeitam que, além do Benfica, também o FC Porto e o Sporting têm “toupeiras” no sistema judicial, passando-lhes informações confidenciais sobre processos.
De tal forma as suspeitas são fortes que há juízes e procuradores que “não confiam no Citius” e que estão “a tentar esconder vários processos” do alcance dessas “toupeiras”. Um desses processos será o caso dos emails que envolve o Benfica e que levou à detenção de Paulo Gonçalves, assessor jurídico da SAD da Luz, e de um funcionário judicial do Tribunal de Guimarães.
Esse funcionário está em prisão preventiva, acusado de corrupção passiva, mas o MP suspeita que o Benfica terá outras “toupeiras” noutros tribunais.
O i adianta, agora, que FC Porto e Sporting terão também adeptos infiltrados no sistema judicial. Serão pessoas que, sem receberem necessariamente contrapartidas financeiras ou quaisquer benesses, estão dispostas a violar os deveres profissionais de sigilo para passarem informações privilegiadas aos seus clubes.
“É mais fácil um inspector passar informações privilegiadas ao seu clube do que a troco de muito dinheiro”, explica uma fonte ligada à Polícia Judiciária que não é identificada. “Não há explicação racional para o que é irracional”, constata, frisando que “não há hipótese de acabar com isto a não ser afastando as pessoas em causa”.
O antigo inspetor da PJ Carlos Anjos, que agora é comentador de televisão, nota no jornal o caso de Pinto da Costa, presidente do FC Porto, lembrando que foi avisado por um responsável da Judiciária do Porto de que iria ser detido, no âmbito do processo Apito Dourado, em 2004.
O i constata que há vários blogues na Internet que não se inibem de divulgar informações confidenciais sobre processos judiciais, dando a conhecer que têm acesso privilegiado a esses dados.
A situação está a gerar “mal-estar dentro do MP e da PJ”, depois de ter havido “fugas de informação que têm condicionado as investigações”.
O Correio da Manhã avançou que o caso dos emails passou a ser “tramitado fora do Citius” para “evitar fugas na justiça”. O jornal evidencia também que “são cada vez mais os procuradores e juízes que não colocam peças processuais no sistema”. “Não confiam no programa criado para unificar a Justiça”.
(Mas o que transparece para a opinião pública com a conivência da CS é que apenas o Benfica que o faz, quando se sabe que não só ou outros clubes fazem o mesmo, como jornalistas, jornais e muita gente influente consegue saber o estado dos processos em que estão envolvidos).
A Vergonha do Volei
A novela começou com a vergonhosa inscrição deste Sporting, com o seleccionador nacional (e treinador do Sporting) a convocar jogadores, exclusivamente para poderem ser inscritos como jogadores dos Lagartos, para permitir a inscrição da Divisão de Elite, sendo que alguns jogadores já nem fazem parte do plantel, e outros foram para a bancada nesta Final...!!!
Depois um Clube falido, caloteiro, que não paga aos Bancos e fornecedores (foi ontem anunciado um vergonhoso perdão bancário de €95 milhões), com vários processos em Tribunal por falta de pagamento contra, tem um orçamento brutal em todas as modalidades, no Volei o dobro do Benfica... isto por “cima da mesa” porque também é sabido que vários atletas das modalidades andam a receber por “baixo da mesa” para fugir aos impostos!!!
Neste contexto todo a gente pensava que o Benfica não teria qualquer hipótese... mas não foi bem assim, lutámos, e com um bocadinho mais de “seriedade”, até podíamos ter ganho!!!
O jogo foi bem jogado, os jogadores das duas equipas entregaram-se e nem as pressões constantes do Chefe Maia e companhia pareciam incomodar o Benfica!!!
Mas no Set final, duas decisões erradas, foram fatais: o 4-3 para os Lagartos devia ter sido 3-4 para o Benfica; e o 14-13 para os Lagartos, devia ter dado o 13-14 para o Benfica e respectivo Match Point!!!
Sendo que este erro do árbitro absurdo, existiu uma claríssima “invasão”... Isto com o Violas a ser agredido a meio do Set decisivo a ter que ser assistido... como já é habitual nos Pavilhões Lagartos: no Futsal o comportamento animalesco tem sido muito acima do aceitável!
Tenho a certeza que a mudança de cadeira do Babalu no 5.º Set, colocando-se atrás do árbitro, foi uma mera coincidência!!!
O Benfica não pode entrar em maluqueiras, espero que a escolha do treinador seja a mais acertada, e não espero uma revolução no plantel: Violas e Mrdak fizeram um final de temporada muito bom... e o Winters também...!!!
Este foi o último jogo do Professor Jardim. Obrigado por toda a dedicação e trabalho... uma vida! Como jogador e como treinador!!! Obrigado...