1. 12/12/2007
A violência nos SuperDragões é de gente sem calibre para matar
Ex-líder da claque do FCP conviveu anos com Bruno Pidá e era amigo de Aurélio Palha.
"A violência está sempre associada a claques de futebol. É da juventude, de afirmação da masculinidade. Mas durante o tempo em que estive na claque nunca vi pessoas que pudessem chegar a este tipo de crimes que ocorrem agora no Porto. Isto são execuções a tiro, com armas pesadas, não é pontapé ou murros", disse ao DN Rui Teixeira, ex-líder dos Super Dragões , claque do FC Porto (FCP).
O facto de Aurélio Palha, dono da Chic morto a tiro em Agosto, Fernando Madureira, actual presidente dos Super Dragões, que jantou com Palha na noite fatal e que emprestou o seu Porsche Boxster a Bruno Pidá, apontado como suspeito de envolvimento no crime de Miragaia em que morreu um segurança, surgirem relacionados com os casos recentes "não passará apenas de uma coincidência, fruto de uma cidade pequena como o Porto", afirmou.
"Mesmo o Bruno Pidá, com quem já perdi o contacto, não será uma pessoa, por aquilo que conheço dele, com frieza, sofisticação e armamento para executar os crimes que temos visto. Aliás, o próprio gangue da Ribeira é quase um mito. Na verdade é um grupo de pessoas que julgo não incluir seguranças da noite propriamente ditos. E é a esses seguranças que é atribuída a sucessão de crimes. Está tudo ainda muito confuso e no futuro poderá saber-se melhor o que aconteceu", acrescentou.
Rui Teixeira deixou a claque em divergência com a SAD do FCP, mas recorda que nunca se apercebeu de verdadeiros criminosos. "Uma coisa é andar à pancada, outra é assassínios de calibre como estes", apontou.“Não digo que a claque não tenha pessoas com mais apetência para a violência, sendo um grupo muito grande, mas nunca se falou de crimes graves ou organizado", concluiu.
Há cerca de ano e meio, Rui Teixeira abandonou os Super Dragões. "Foi por minha opção pessoal", revela, acrescentando que também foi "uma questão política": "Não me revejo na política desta SAD do clube e como queria ficar numa situação de compadrio achei melhor sair. Hoje vou ver os jogos ao estádio, tranquilamente, com amigos meus."
(Tudo bons rapazes. Pacíficos, não fazem mal a uma mosca!)
2. 9/12/2009
Luciano Barreira, conhecido adepto dos Superdragões (claque do FC Porto) e familiar de um dos mais carismáticos e antigos líderes daquela claque, começou a ser julgado no Brasil por tráfico de mulheres.
Além de Luciano respondem no mesmo processo Bruno Sousa e Bruno Moreira, também portugueses. Os três são acusados de angariar mulheres, no Brasil, para virem para Portugal trabalhar em casas de prostituição ou bares de alterne.
A rede foi descoberta depois de várias recusas do SEF, em Portugal, para que as mulheres entrassem no nosso País.
Luciano, Bruno Sousa e Bruno Moreira foram detidos pela Polícia Federal brasileira quando se encontravam no Recife e ficaram imediatamente sujeitos à prisão preventiva.
Luciano é do Porto e conhecido adepto do clube mais representativo da cidade. A sua ligação à claque dos Superdragões é de tal forma intensa que a sua palavra é recebida como a de um líder.
Segundo o CM apurou, o julgamento deverá terminar brevemente.
PORMENORES
DOCUMENTOS
Documentos apreendidos aos suspeitos indicam que Portugal poderia não ser o único destino das vítimas.
VIAGEM
O trio tentava viajar para Portugal quando foi interceptado pela polícia. Foram de imediato conduzidos à cadeia de Recife.
TERRESTRE
Muitas mulheres entravam em Portugal por via terrestre, depois de aterrarem em Espanha vindas do Brasil.
3. 27/12/2015
Investigação liga líder dos Super Dragões a rede de droga
A detenção de 'Vítor do Ouro' agitou o combate ao tráfico de droga na Invicta e pode envolver ainda Fernando Madureira.
A investigação da Polícia Judiciária (PJ) a uma das mais importantes redes de droga do Porto detetou ligações entre o alegado cabecilha, Vítor Cardoso, também conhecido como "Vítor do Ouro", e o líder da claque Super Dragões, Fernando Madureira.
Segundo revela este domingo o jornal Correio da Manhã, o alegado maior traficante da Invicta foi detido pela PJ na noite de Natal e ficou em prisão preventiva, tendo já sido ouvido este sábado pelo Tribunal de Instrução Criminal.
Entretanto, as escutas sobre esta investigação 'apanharam' também Fernando Madureira, o mediático chefe dos Super Dragões, em conversas com ‘Vítor do Ouro’, que chefiava a rede de droga. As conversas sobre "bilhetes" foram consideradas suspeitas e a PJ admite que se possa tratar de droga.
Vítor Cardoso, conhecido como ‘Vítor do Ouro’, é também adepto do FC Porto e tem igualmente ligações à claque Super Dragões.
4. 17/05/2016
Jogo Duplo: Jogador do Oriental e membro dos Super Dragões PRESOS
Diego Tavares, central do Oriental, é um dos casos. Carlos Oliveira, presidente do Leixões, suspenso de funções.
Três dos arguidos ficaram em prisão preventiva no âmbito do processo Jogo Duplo, por suspeitas de manipulação de resultados de jogos da II Liga de futebol, com recurso ao aliciamento de jogadores. Diego Tavares, central do Oriental, Carlos Silva, membro da claque Super Dragões e conhecido por Aranha, e o empresário Gustavo Oliveira ficaram com a mencionada medida de coação. Os restantes foram libertados com o termo de identidade e residência e proibidos de contactar os restantes arguidos.
Os restantes 12 arguidos, quatro jogadores da Oliveirense (Hélder Godinho, Luís Martins, Ansumane e Pedro Oliveira), três do Oriental (Rafael Veloso, João Pedro e André Almeida), dois que alinharam na equipa de Oliveira de Azeméis esta época (Moedas e João Carela), agora no Estarreja, o presidente da SAD do Leixões, Carlos Oliveira, e o diretor desportivo da mesma, Nuno Silva, assim como o ex-futebolista Rui Dolores saíram em liberdade.
Carlos Oliveira e Nuno Silva ficam ainda proibidos de exercer funções.
5. 27/10/2016
Um grupo de 85 pessoas, 16 delas em prisão preventiva, quatro presas à ordem de outros processos e cinco em prisão domiciliária com pulseira electrónica, começaram hoje a ser julgadas por suspeitas de tráfico de droga no Grande Porto.
Na primeira audiência de julgamento, que se realizou no Salão Nobre dos Bombeiros Voluntários de Valadares, em Vila Nova de Gaia, dado o Tribunal São João Novo, no Porto, não ter condições para o acolher, apenas três dos arguidos prestaram declarações, dois para desmentir a acusação e outro para confirmar parte dela.
Segundo o Ministério Público (MP), os alegados traficantes estavam divididos em grupos e traficavam droga, nomeadamente cocaína e heroína, entre 2012 e 2015 no Grande Porto, sobretudo no Bairro Dr. Nuno Pinheiro Torres.
Entre os arguidos havia responsáveis pela aquisição da droga, transporte, armazenamento - sobretudo em casas de recuo -, preparação, embalagem, distribuição e venda, frisou.
O MP disse ainda que alguns arguidos, entre os 18 e 77 anos, usavam netos, filhos e irmãos menores para fazer entregas de droga a clientes e, assim, não levantar suspeitas.
A investigação envolveu mais de 100 buscas domiciliárias e resultou na apreensão de 11 quilos de droga e 160 mil euros.
6. 3/01/2017
Hugo Souza, elemento da claque do FC Porto “Super Dragões”, foi detido pelas autoridades por tráfico de droga, escreve o Correio da Manhã.
O homem de 35 anos foi detido depois de na noite de passagem de ano ter vendido cocaína a clientes da discoteca Pacha, em Ofir, Esposende.
Hugo Souza, que já tinha cumprido nove anos de cadeia por tentativa de homicídio, vai agora ser presente ao tribunal de Braga para um primeiro interrogatório judicial.
A detenção aconteceu no domingo, 1 de janeiro, e tinha com ele 250 doses de cocaína e 600 euros, que as autoridades suspeita serem do tráfico.
7. 29/03/2017
PJ detém cinco jogadores e um membro dos Super Dragões
A Polícia Judiciária deteve esta madrugada, cinco futebolistas da Liga 2, a maior parte deles do Oriental, e um membro dos Super Dragões, a claque do FC Porto, por suspeita de corrupção ativa e passiva.
Foram ainda constituídos oito arguidos, todos com ligações à indústria do futebol, pela presumível prática dos crimes de associação criminosa, corrupção ativa e corrupção passiva, no âmbito da «lei da corrupção desportiva».
Também foi apreendido diverso material relacionado com a prática da atividade criminosa em investigação, numa operação que contou com a colaboração da EUROPOL e de entidades estrangeiras de monitorização de jogos e a importante cooperação com a Federação Portuguesa de Futebol.
Esta operação da Unidade de Combate à Corrupção da PJ, com 70 inspetores em mais de 15 buscas, surge na sequência de uma outra, denominada Jogo Duplo, que decorre há cerca de um ano e que tem como objeto o fenómeno da corrupção no desporto como instrumento do "match fixing" de competições oficiais de futebol.
Em causa, mais uma vez, está a viciação de resultados no campeonato com vista a favorecer o sentido das apostas online de empresários asiáticos, que empatam fortunas nas incidências das partidas do segundo escalão do futebol português.
Estes, para garantirem determinados resultados, distribuem dezenas de milhares de euros em subornos por atletas de alguns clubes, através de intermediários. E os atletas jogam para perder. Assim, por corrupção passiva, estão detidos três jogadores do Oriental e um que representou o Penafiel na época passada.
Quanto à corrupção ativa, ao distribuírem 'luvas' pelos primeiros em nome dos empresários asiáticos, foram presos Bruno Mendes, dos Super Dragões, e um atleta que alinhava no Académico de Viseu e que também funcionou como intermediário.
8. "SAD OBRIGOU À MINHA SAÍDO DOS SUPER DRAGÕES".
A 29 de Janeiro de 2006, após um empate (0-0) do FC Porto frente ao Rio Ave, o treinador Co Adriaanse é alvo de uma emboscada no regresso ao centro de treinos do Olival, em Gaia. Rui Teixeira e Paulo Trilho, à altura membros da direcção dos Super Dragões, foram relacionados com o acto.
"Todos sabem que não fomos nós que estivemos por detrás desse caso", defende Trilho. Em crispação com a direcção do FC Porto, a claque emite um comunicado em que Antero Henrique, director-geral da SAD, é apelidado de "vendedor de revistas". Trilho também recusa a autoria do documento: "Não fui eu. Depois do comunicado, a SAD obrigou à minha saída da direcção dos Super Dragões."
DOS '3 PADRINHOS' APENAS 'MACACO' SE MANTÉM. Paulo Trilho, Rui Teixeira e Fernando ‘Macaco’ Madureira. Até ao incidente com Adriaanse, eram estes os membros da direcção dos Super Dragões. Teixeira, ou ‘Professor’, era o cérebro do grupo, Trilho geria a parte financeira e ‘Macaco’ estava mais próximo dos membros e núcleos dos Super. Actualmente, dos ‘três padrinhos’ – como eram conhecidos no grupo – apenas ‘Macaco’ se mantém na liderança. "A claque está agora em clara sintonia com a SAD do clube", critica Trilho
Luís Filipe Vieira já se libertou do "peso" de ser associado do F. C. Porto.
José Carvalho, o amigo que durante mais de 24 anos lhe pagou as quotas, deixou de o fazer em Julho 2009, a pedido do próprio. No final do ano o líder encarnado foi excluído da listagem de sócios portistas.
"Estava muito triste. Da maneira que falava, pensei até que lhe tinha falecido algum familiar. Pediu-me para deixar de pagar e eu fiz-lhe a vontade", contou, ao JN, José Carvalho.
"Mandei uma carta ao F. C. Porto, a pedir a desvinculação. Ele já não tem nada a ver com o clube", garante José Carvalho, que, durante uma época, até pagou ao líder encarnado um lugar anual no Dragão que ele, naturalmente, nunca usufruiu...
Ex-sócio de Luís Filipe Vieira numa empresa, em 1984 este portista convidou o amigo a acompanhá-lo a Basileia para assistir à final da Taça das Taças, que os dragões perderam para a Juventus (1-2). "Acompanhou-me porque eu sou portista.”
A 15 de Janeiro de 2010 o dirigente encarnado completaria 25 anos de filiação e teria direito à tradicional "Roseta de prata", o que não aconteceu dado que entretanto deixou de ser associado do F. C. Porto.
A conotação de Luís Filipe Vieira aos portistas era publicamente conhecida e, a cada passo, funcionava como "arma" contra o próprio presidente do Benfica.
"Ofendem-me dizerem que sou portista. Não tenho nada a ver com esse clube , por mim podem fazer o que quiserem ao cartão ou à ficha de inscrição. Não sei, nem estou interessado em saber, quem é que paga as quotas", afirmou LFV numa entrevista à RTP-N.
Futebol é Estado Siciliano
"Só por ser o homem que falou no Apito Dourado', ameaçaram a minha mulher e a minha filha", disse ontem, Luís Filipe Vieira, nos Juízos Criminais do Porto, onde está a ser julgado sob a acusação de crime de difamação contra Antero Henrique, vice-presidente do FC Porto.
Vieira falou ainda dos dois assaltos que o fizeram mudar de casa. "O estado siciliano do futebol é eu estar em Israel e viver em direto, pelo telefone, um assalto traumatizante à minha casa, com a minha mulher e a minha filha a chorarem", continuou.
"É com muita mágoa que estou aqui sentado como réu. Nem em pensamento o acusei de ser o responsável pelos assaltos. O que disse é que Paulo Gonçalves [assessor jurídico do Benfica] foi ameaçado pelo Antero Henrique numa assembleia geral da Liga", justificou. "Sei o que falei, e não admito que alguém coloque palavras que eu não disse na minha boca", vincou, acrescentando que na altura da entrevista, Antero não tinha o atual estatuto. "Toda a gente sabe que há uns anos eu era um homem de confiança de Pinto da Costa, e nunca ouvi falar no senhor Antero", explicou, frisando que "não sentiu medo" em ir ao Porto, embora tenha levado "seguranças". À saída do tribunal, disse que "não se sente incomodado" com o processo e que sai de "cabeça erguida". As alegações estão marcadas para 15 de novembro.
Em causa neste processo está uma entrevista de Luís Filipe Vieira emitida pela RTP 1 a 17 de julho de 2008. O líder dos encarnados disse que "o que se vive no futebol é um estado siciliano", a propósito da ameaça de Antero a Paulo Gonçalves, numa assembleia geral da Liga. E logo de seguida falou nos dois assaltos feitos à sua residência, que o levaram a mudar de casa.
Bardamerdas de um Bardamerdas
A Banca prejudicou o Sporting quando decidiu transformar uma dívida incobrável em activo próprio. Qual manual “Como Transformar Passivo Em Activo Em 5 Minutos”, usou tal engenho para se mostrar às Agências de Ratings mundiais, afim de melhorar a sua cotação de “Lixo” para “Um-Pouco-Mais-Do-Que-Lixo”.
– Para alguns, as aparências são fundamentais. Estas medidas revelaram-se de fútil utilidade à Banca no que objectivava uma demonstração de “recuperação” ao investidor internacional. Porém, útil à Direcção do Sporting: vociferou-se uma “recuperação” financeira do Clube aos seus associados, e quase todos engoliram.
– Em 2013, Bruno de Carvalho prejudicou o Sporting para beneficiar a sua estratégia falida de “investidores”, quando obrigou a Banca a fazer o papel de “russo”, exigindo não as verbas acordadas entre estes e o Clube afim de garantir solvabilidade do nosso emblema até ao fim da época, mas o suficiente para pagar ordenados elevados e investir em atletas na época seguinte, tal como se dizia capaz pelos próprios meios. O resultado, é este: 3 treinadores no Futebol, pouco acerto em contratações e o plantel que temos.
– O Sporting vai proceder a um aumento de Capital tendo em vista uma futura “Operação-Harmónio”; os Sócios que estejam atentos.
– Pedro Madeira Rodrigues – ou qualquer outro candidato que entretanto surja – não poderá usufruir destas acrobacias que tanto ajudaram à criação de um mito. 2013 era o momento para alguém cair na lama e alguém brilhar. Hoje, o Sporting para além de estar penhorado, está de mão atadas o que respeita à sua independência financeira.
– Os leitores devem evitar procedimentos, argumentos e debates heróicos ao compararem períodos homólogos de trimestres, semestres ou anuais de Relatório & Contas do Sporting. Devem utilizar sim ferramentas ao dispor de Economistas (ex: o índice de Sharpe) úteis para combater a demagogia perante plateias. O Rácio de Solvabilidade do Sporting é miserável, depende de uma economia que não a sua
O Passivo a Curto-prazo era incobrável como um todo no imediato, mas com um simples acordo em tribunal seria pago em 4 anos. As vendas de Slimani e João Mário teriam pago essa dívida em 2 anos e ainda sobraria dinheiro para comprar Bas Dost (talvez não fosse o suficiente para comprar Alan Ruiz ou Castagnos, mas duvido que o rendimento de um Atleta Júnior ou qualquer dos emprestados fosse pior que estes dois).
A Banca tinha colocado €40 Milhões à disposição do Sporting, através de uma linha de crédito, afim de fazer face a despesas correntes. Bruno de Carvalho quis mais – o suficiente para investir em força em vencimentos e contratações na época seguinte e salvar a pele da mentira dos "investidores" – e o Banco fez-lhe a vontade, a troco de Vmoc's e outras condicionantes nas auditorias internas às contas do Clube, que Bruno de Carvalho pretendia que se elaborasse.
Pagou-se pelo silêncio, a troco da garantia de um peso-médio como avalista: Álvaro Sobrinho.
Tendo em linha de conta que não se consegue "obrigar" uma entidade privada em estado de falência-técnica a pagar uma dívida, o Sporting deveria ter ameaçado recorrer a um tribunal afim de nomear uma comissão administrativa. A Banca ficava de mãos atadas e nunca viria a exigir contrapartidas – não gastar mais do que €5 Milhões num passe, exceptuando no caso de vendas de activos, é uma delas.
No estado em que as coisas ficaram, hoje todos os credores fazem fila à porta do Estádio porque acreditam que o Sporting tem como pagar. E o Sporting paga, com Cash-Advance de todos os Income's futuros e nunca com liquidez própria. Algo que não é justo para o futuro do Clube.
Bruno de Carvalho, para além de não ter resolvido os problemas estruturais do Sporting neste mandato, delapida continuamente a sua capacidade autónoma de decisão como Presidente, associando-se exclusivamente a um caminho pessoal e intransmissível do qual o Sporting penou no passado, hoje personificado pelo próprio e pelo treinador. Para a dimensão do nosso Clube, convenhamos que depositar a fé em apenas 2 interpretes é manifestamente pouco.
Financeiramente falando, o Sporting está pior do que há 4 anos.
Com um valor de mercado exactamente igual ao da época 2013/2014 mas com um encargo salarial manifestamente superior.
Se debitarmos o valor de mercado de jogadores como Markovic, Campbell (e mesmo Coates) que não pertencem ao Sporting, percebemos que o Clube perdeu activos e não valorizou – nem desportivamente, e mesmo financeiramente, se excluirmos Bas Dost.
Em mais-valias, tudo o que a Banca cobrar ao Sporting nos próximos 7/8 anos, vai retirar ao Clube a possibilidade do mesmo revelar a autonomia economica que precisa, sem que tal valor sequer consiga abater pouco mais do que juros de dívida. O valor das VMOC é tóxico, porque definitivamente se trata de um valor incobrável – 100 Milhões em participações no Capital de um Clube vale manifestamente menos do que 100 Milhões de Euros. É quase como entregar os pavilhões de um Liceu como imóvel de garantia.
A Operação Harmónio que refiro será a constante tábua de salvação para evitar o Clube da falência técnica, no que respeita às distribuições de Capitais Próprios e Dívida, propagando toda esta mentira da "salvação económica" por mais uns tempos.
As Vmoc's são desde há vários anos uma das principais medidas que visam essencialmente valorizar a entidade credora perante a observação do mercado onde está inserido. Vejamos:
#1 - Eu peço-lhe €100M emprestados. Você, porque é meu amigo, quer emprestar esse dinheiro, mas pretende evitar problemas em sua casa, ao ter de "mexer" em dinheiro que tanto lhe pertence a si como à sua esposa (Estado).
#2 - Como a sua esposa desconfia da minha capacidade de pagar de volta, com os juros que ambos decidem implementar ao empréstimo que me concedem, você exige-me como garantias a minha casa. Ambos sabemos que a minha casa não vale €100M, mas como você sabe que todos os anos eu faço negócios (ex. venda de jogadores), fica descansado.
#3 - Após contar com o dinheiro que me concede, procedo a uma sobrevalorização dos meus bens (aumento de Capital Social), afim de resolver um problema futuro (#5).
#4 - Após alguns atrasos meus nos pagamentos acordados consigo, a sua esposa começa a desconfiar que você pôs os "pés pelas mãos" comigo. Como tal, encosta-o à parede e obriga-lhe a fazer-me uma cobrança coerciva, ou então pede o divórcio.
#4.1 – As agências de Rating fazem-lhe pressão porque uma vaga de fome lhes diz que você ficará sem meios para comprar comida, se esta dívida não for cobrada.
#5 - Como eu não tenho como lhe pagar, faço um acordo consigo, entregando-lhe novas garantias: o terreno da minha casa e os meus restantes bens, que entretanto estão hiper-inflacionados pela medida 5.
#6 - Você chega a casa com o novo acordo, comprovando (ilusoriamente) que agora a dívida que eu tenho para consigo é agora património seu. Se eu não pagar daqui por 10 anos, você fica (supostamente) com bens em muito superiores ao valor que me emprestou.
Você é a Banca. A sua Esposa é o Estado. Os seus filhos são as Agências de Rating. Eu sou o Sporting. E tudo isto é uma VMOC.
(Blogue “Camarote Leonino”)