O Vergonhoso Caso Centeno
"Quando soube que o DIAP estava a fazer uma busca ao Ministério das Finanças pensei que alguma coisa de grave tinha acontecido. Quando percebi que a busca se devia à ida do ministro ao futebol percebi que tinha, de facto, acontecido alguma coisa: o Ministério Público decidiu dedicar_se à comédia. Das duas uma: ou o Ministério Público sabe de alguma coisa que nós ignoramos, ou está apostado em transformar este país num circo, destruindo a credibilidade do Estado e das instituições. Bem sei que na cabeça de muitos procuradores que têm o "Correio da Manhã" como leitura de referência, o estado natural de um político é o de arguido. Mas há limites para o ridículo.
A verdade é simples e ficou-se a saber logo no primeiro dia após a manchete do "Correio da Manhã", que assinalava, sempre com aquela má - fé perversa que afasta o pasquim do jornalismo, que dois dias depois de Mário Centeno ter ido à bola um prédio da empresa do filho de Luís Filipe Vieira teve direito a um "perdão fiscal". Não era perdão fiscal nenhum, como sabia o pasquim. Era uma isenção de IMI para imóveis reabilitados claramente definida na lei. Esta isenção fiscal é legislada pela Assembleia da República, determinada e aplicada pela autarquia onde se situa o imóvel (no caso, a Câmara municipal de Lisboa) e depois de verificar se cumprem os critérios. As Finanças limitam-se a dar seguimento. Assim sendo, ou o Ministério Público anda a investigar outra coisa qualquer ou bastaria não se ficar pela leitura do "Correio da Manhã" para ter poupado a viagem ao Ministério das Finanças.
Quanto à ida de Mário Centeno para o camarote presidencial, o que estranho é a estranheza. Por ali já passaram grande parte das figuras políticas nacionais, de Marcelo Rebelo de Sousa a Francisco Louçã. Eu próprio, que não sou ninguém, já fui inúmeras vezes convidado para estar no camarote presidencial do Sporting e, apesar de preferir ver os jogos no meu lugar de sempre, já lá estive várias vezes. Assim como já fui convidado para ir a estreias de teatro e cinema. A diferença é ser convidado ou pedir um convite? Adorava ver em que norma penal se enquadra essa distinção.
É absolutamente natural que o Ministro das Finanças não vá para a bancada num jogo de risco como um Benfica - Porto. Nem sequer é para o defender a ele. As forças de segurança dispensam, para além de tudo o que um jogo desta natureza implica, preocuparem-se em saber por onde anda o ministro. Até para a cultura do taxista (sem desprimor para os taxistas, que não tem culpa nenhuma dos disparates da nossa justiça) que se instalou entre os procuradores há limites para a demagogia.
Mas está mesmo a acontecer e todos somos obrigados a comentar esta palhaçada judicial. Há até alguns juristas que, por uns minutos de palco, se oferecem à triste figura de comentar a dificuldade em provar o benefício fiscal (que não lhe diz respeito, mas adiante) seja uma contrapartida da ida à bola sem pagar. E fazem-no sem se rirem. Acreditará esta gente que é assim que as coisas se passam? Que os ministros com o poder de Centeno se compram com dois convites para o camarote presidencial? Se os governos e autarquias favorecem os clubes de futebol - e muitas vezes favorecem - não é por vantagens patrimoniais, é por vantagens políticas. É pelo enorme poder de influência que Benfica, Sporting e Porto têm junto de milhões de portugueses. É preciso viver totalmente alienado da realidade nacional para se pensar que é os clubes precisam de oferecer lugares no camarote para os seus presidentes exercerem a sua influência.
Mas os procuradores não estão alienados da realidade. Nem sequer acham que o tráfico de influências se faça assim. O que se passa na cabeça dos magistrados é mais simples do que isso. É um vício que se instalou: o da visibilidade. O Ministério Público trabalha mais para a notícia do que para a justiça. Porque acha que é a notícia, sobretudo a que faz manchetes nos tabloides, que lhe reforça o poder político e institucional. Pouco interessa se estes inúmeros fogachos, a reboque de notícias de jornais,, acabam em alguma coisa. Fica a aparência. Uma dinâmica que faz de Octávio Ribeiro o verdadeiro Procurador - Geral da República.
Só que, neste caso, o número mediático teve alguma repercussão externa. Não que a "nossa imagem lá fora", me tire o sono, mas há alguma respeitabilidade institucional de que o país depende. Uma busca judicial ao ministério do presidente do Eurogrupo não é coisa que se veja todos os dias. E não será fácil explicar aos líderes europeus a idiosincrassias da nossa justiça. Se um acto tão inusitado como uma busca judicial ao Ministério das Finanças não tiver outra razão para além daquela que conhecemos, o Ministério Público não fez mal a Mário Centeno, fez mal ao país. E fá-lo sempre que transforma a justiça portuguesa num prolongamento da cultura tabloide. O que é que vão investigar a seguir? Em casa de quem jantou o ministro esta semana? Se pagou os ingredientes? Qual era a situação fiscal dos anfitriões? Não há criminalidade em Portugal, incluindo criminalidade de colarinho branco? Não têm nada de importante para fazer? Sobra assim tanto tempo e meios para serem as manchetes do "Correio da Manhã" a decidirem a agenda dos procuradores?"
Investigado por Corrupção
Muito se tem falado no Benfica nos últimos meses. Calúnias que nunca levam a lado nenhum, sobre alegados processos que têm "bola" de influência dentro das 4 linhas. E porquê? A explicação é simples…porque interessa abafar o que se passa nos outros clubes!
Luís Gonçalves, director-geral do futebol do FC Porto, está a ser investigado por corrupção activa pelo Ministério Público, que pediu documentos ligados à deslocação dos dragões a Braga em Abril. Nélia Teixeira Alves, procuradora-geral da Comarca de Braga, terá enviado uma carta à Federação Portuguesa de Futebol a pedir alguns documentos relacionados com o Sp. Braga-FC Porto da última temporada, que se realizou a 15 de abril, explicando que o dirigente azul e branco está a ser investigado e que tal informação era “imprescindível”.
Além das nomeações e do mapa de castigos dessa jornada e do relatório de jogo do árbitro Hugo Miguel, o Ministério Público terá igualmente requisitado as classificações dos árbitros. Recorde-se que, nessa partida disputada no Minho, Luís Gonçalves foi expulso após o apito final por protestos, tendo mesmo dito a Tiago Antunes, como consta no relatório de jogo, que teria “uma carreira curta”. “Nós sabíamos o que vinhas para aqui fazer, vamos conversar mais tarde, a tua carreira vai ser curta”, terá dito.
Convidados do Estádio do Ladrão
A Corrupção e o Tráfico de Influências, a oferta de bilhetes para o Estádo do Dragão.
O andrade Manuel Castro Almeida
Secretário de Estado do Desenvolvimento Regional.
Secretário de Estado da Educação e de Desporto.
Presidente da Câmara Municipal de São João da Madeira.
Vice-presidente da Junta Metropolitana do Porto.
Presidente da Associação de Municípios das Terras de Santa Maria.
Em 2016 tornou-se sócio e presidente do Conselho de Administração da Mistura Singular - Capital.
Depois de, entre 2013 e 2015, ter exercido as funções de secretádio de Estado do Desenvolvimento Regional, onde foi responsável pela concepção e gestão do novo programa de fundos comunitários Portugal 2020, MCA foi trabalhar para o sector privado. Tornou-se sócio e presidente do CA da Mistura Singular – Capital, uma sociedade que detém 18% do capital da empresa de acessórios industriais Tupai. A qual beneficiou da aprovação de um projecto no Compete 2020 (um dos programas operacionais do Portugal 2020) a 23 de outubro de 2015 (quando era secretário de Estado), obtendo financiamento comunitário de cerca de 103 mil euros.
Castro Almeira cessou funções em Novembro de 2015, após a queda do governo de Passos Coelho. Transitou para o mundo dos negócios. Em Dezembro 2015 constituiu a empresa Manuel Castro Almeida – Consultores e tornou-se sócio da UCL Urbanisno, Construção e Loteamento. Seguie-se a Mistura Singular. E a consultora Ernst &Young Portugal. E a Abreu advogados. Com Luis Marques Mendes (ex-líder do PSD) e o irmão José Marques Mendes à mistura.
O Andrade Aguiar Branco
Aguiar Branco, Ministro da Defesa, é suspeito de usar o cargo para arranjar clientes para a sua empresa de avogados a JPAB.
Desde 2004 que a Metro o Porto já adjudicou à JPAB, sociedade de advogados, os serviçoes de consultoria jurídica. O escritório de Aguiar Branco recebeu portanto em cada ano, cerca de 100.000 euros por pareceres e consultadorias realizadas a esta empresa, perfazendo portanto o valor indicado.
Como se pode ler na página do próprio escritório, Luis Bianchi de Aguiar é “assessor do conselho de Administração e funções de gestão e coordenação do gabinete jurídico da sociedade Metro do Porto, SA, em representação da sociedade JPAB – José Pedro Aguiar-Branco, desde Julho de 2014”. De acordo com os relatórios da Metro do Porto, a JPAB recebeu, só desde 2013 até 2015 175 mil euros em pareceres e consultadorias realizadas para a Metro.
Esta não é a única ligação da Aguiar Branco com a empresa. Quando foi para o Governo, Aguiar Branco nomeou para seu secretário de Estado nada mais nada menos que Paulo Braga Lino que, entre 2000 e 2006, foi director administrativo e financeiro da Metro. Paulo Braga Lino, um dos homens próximos de Aguiar Branco, foi responsável, com Juvenal Peneda, pela celebração de contratos de cobertura de financiamentos na Metro do Porto através de derivados financeiros, os chamados Swaps, que abriram um “buraco” que ascendeu a mais de 800 milhões de euros nas contas da transportadora.
O escândalo foi tão grande queo secretário de estado Aguiar Branco acbou por bem ter de demitir-se do Governo. O Conselho de Administração da Metro do Porto que decidiu o recurso a estes produtos financeiros fazia parte Maro António Costa, o actual nr. 2 da lista do PSD.
O Processo de ajuste directo decidido pelo Governo para a Metro e para os STCP está neste momento a ser avaliado pelos Tribunais, onde foram entregues providências cautelaraes que os acontestam.
Sobre as decisões da Justiça, aguardamos o desfecho. Mas uma coisa é evidente: decidido à revelia dos eleitores locais, contra a opinião dos trabalhadores e dos utentes, o processo da subconcessão da STCP e da Metro é um assalto ao distrito, que tem merecido críticas não apenas dos partidos da oposição. O Governo alega o “interesse público” para prosseguir com um processo feito à última hora e de forma desesperada, para garantir mais um negócios aos privados, lesando o interesse dos cidadãos.
A promiscuidade e a circulação de responsáveis políticos entre administrações de empresas, escritórios de advogados e cargos governamentais é umafas bases do regime. É ela que assegura o exercício da influência e a reprodução dos interesses.
O Andrade João Pedro Matos Fernandes
Técnico superior na Comissão de Coordenação Desenvolvimento Regional do Norte, na área do Ordenamento do Território.
Adjunto e depois chefe de gabinete do secretário de Estado Ricardo Magalhães, Presidente do Conselho de Administração da Águas do Porto.
O Andrade José Manuel de Matos Fernandes
Juiz Desembargador Efectivo no Tribunal da Relação do Porto.
Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Justiça – Guterres.
Juiz Conselheiro Efectivo no Supremo Tribunal de Justiça.
Presidente da Mesa da Assembleia Geral doFCP.
Juiz Desembargador Efectivo no Tribunal da Relação do Porto.
Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Justiça – Guterres.
Juiz Conselheiro Efectivo no Supremo Tribunal de Justiça.
Presidente da Mesa da Assembleia Geral doFCP.
O Andrade Alipio Dias
Presidente da Comissão de Vencimentos e do Conselho Consultivo do FCP.
A Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) divulgou ontem na integra, a sentença que condenou Jardim Gonçalves, Alípio Dias,Filipe Pinhal e outros 6 administradores do BCP em cóimas no valor total de 4,2M euros e em inibições ao exercício de actividades financeiras com duração de um a cinco anos.
Nesse documento a CMVM refere que o benco escondeu prejuizos no valor de 593M euros com a compra de acções do BCP por sociedades offshore do próprio banco na Ilhas Caimão e outras detidas por Góis Ferreira. O “polícia da Bolsa” adianta que o banca nunca revelou estes prejuzos em nenhum documento de prestação de contas e tentou disfarçar as perdas através de operações realizadas com o Fundo de Pensões que cobre as responsabilidades com as reformas dos trabalhdores do banco.
Alípio renovou empréstimos a offshores
Quanto a Alípio Dias, ausente da leitura da sentença, tal como Paulo Teixeira Pinto (dois andrades), a juíza disse que “agiu a título negligente” e que “violou os deveres de cuidado a que estava obrigado”, pelo que manteve a coima de 200 mil euros.
Estado dá Pensão a banqueiro Milionário
O Estado paga um pensão vitalícia de mais de 1200 euros ao administrados do BCP, Alípio Dias. O antigo banqueiro e ex-secretário de Estado acumula este benefício com uma reforma de 40 mil euros brutos por mês.
Claro que não pode ser surpreendente o facto de o Porto-clube ter um centro de estágio à borla, umas piscinas à borla, um canal de televisão à borla (pago com dinheiros públicos), um presidente avisado de que iria ser preso, escutas declaradas como não válidas, um morto no wc sem arma, árbitros ameaçados de morte que continuam a arbitrar, equipas adversárias mais amigas do que oponentes... Enfim! Mas é mais do que isto...
CCDR, significa Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional. Em Julho de 2016, o governo exonerou o presidente da CCDR Norte devido à não observação das orientações superiormente fixadas... Isto quer dizer que o Governo ordenou a distribuição de fundos para ali e eles foram para acolá? Talvez... Esse exonerado chama-se Emídio Gomes que faz parte da direcção do Porto-clube, vice presidente a Mesa da AG.
Logo de seguida, o governo nomeou como substituto, um tal de Fernando Freire de Sousa, que por acaso também faz parte da estrutura do Porto-clube (Membro do Conselho Superior)... Na altura, diz-se, o CCDR N tinha nos seus cofres a quantia de 3,4 mil milhões de euros de fundos europeus para aplicar. Freire de Sousa é casado com uma administradora do Banco de Portugal, que já foi tudo e mais alguma coisa na política. Que previlégio ter tantos canais de... Comunicação não é?
(Retirado do blogue “Minha Chama”)
Calotes ao Fisco
Bruno de Carvalho deve 3,3 milhões ao Fisco Presidente do Sporting mete quatro processos para evitar execuções fiscais.
A luta do presidente do Sporting contra o Fisco está ao rubro. Numa semana (de 27 de fevereiro até 7 de março), Bruno de Carvalho interpôs quatro reclamações de quatro processos de execução fiscal num valor de quase 3,3 milhões de euros. Todas as ações deram entrada no Tribunal Tributário de Lisboa, sendo que as três primeiras colocadas contra a Direção de Finanças de Lisboa e a última (que entrou no passado dia 7) é interposta contra a Direção de Serviços da Justiça Tributária (DSJT), entidade que supervisiona todas as execuções de dívidas fiscais. Com estas ações, Bruno de Carvalho pretende parar as execuções fiscais que correm contra o seu património por dívidas fiscais.
A luta do presidente do Sporting contra o Fisco está ao rubro. Numa semana (de 27 de fevereiro até 7 de março), Bruno de Carvalho interpôs quatro reclamações de quatro processos de execução fiscal num valor de quase 3,3 milhões de euros. Todas as ações deram entrada no Tribunal Tributário de Lisboa, sendo que as três primeiras colocadas contra a Direção de Finanças de Lisboa e a última (que entrou no passado dia 7) é interposta contra a Direção de Serviços da Justiça Tributária (DSJT), entidade que supervisiona todas as execuções de dívidas fiscais. Com estas ações, Bruno de Carvalho pretende parar as execuções fiscais que correm contra o seu património por dívidas fiscais.
A batalha do presidente do Sporting contra a Autoridade Tributária (AT) dura há uma década. Em setembro de 2008 já Bruno de Carvalho pedia ao Fisco, na qualidade de gerente da empresa de construção civil Polibuild, a anulação de processos fiscais referentes aos anos de 2004, 2005 e 2006, por atraso no envio das declarações de IRC.
Segundo apurou o CM junto de fonte próxima do presidente dos leões, as novas reclamações estão todas ligadas ao processo Polibuild, já que sempre que recebe uma notificação da AT para liquidar as dívidas, Bruno de Carvalho avança com uma contestação porque não reconhece as mesmas. Contactada pelo CM, fonte oficial do Sporting optou por não fazer comentários.
Destituído em 2009 passa a gerência à mãe. Segundo os registos do Portal da Justiça, Bruno de Carvalho foi destituído da gerência da Polibuild - Construção Civil Lda, a 2 de dezembro de 2009, e foi substituído um dia depois pela sua mãe, Ana Paula Araújo de Azevedo Gaspar de Carvalho. A gerência da mãe do presidente do Sporting dura até ao início de 2013, altura em que renuncia ao cargo. Em 2015, a Polibuild passa para a forma jurídica de sociedade unipessoal, liderada por Paulo Jorge de Figueiredo Vasco.
Prédios arrestados para garantia Já em 2009, a Fazenda Pública pediu no Tribunal Tributário de Lisboa um arresto de três imóveis, todos em Lisboa, propriedade de Bruno de Carvalho. Tratou-se de uma medida cautelar para assegurar o pagamento das dívidas fiscais da empresa Polibuild, da qual o presidente do Sporting era sócio-gerente desde 2001 e, consequentemente, devedor subsidiário.
A História Completa dos Andrades
A prepotência do FCPorto perante um pequeno clube, o Sport Progresso, que tinha no seu campo em terrenos arrendados a um proprietário rural, o sr. Andrade, um espaço desportivo laboriosamente erguido pelos associados e inaugurado em 10 de junho de 1923 como noticia na pág. 6 o jornal O Comércio do Porto.
O FCP tinha um pequeno campo o da Constituição e para receber o Benfica e Sporting e por vezes até o Belenenses, ou disputar jogos frente a equipas estrangeiras, recorria ao aluguer dos outros dois campos que eram estádio, o do Ameal (Sport Progresso) e o do Lima (Académico FC).
Até que um dia os dirigentes do FCP se lembraram de uma golpada. Morrendo o proprietário o campo foi dividido pelos 3 filhos. Um era “progressista” e outro portista, quanto ao terceiro era interesseiro.
O FCP percebeu que tinha “campo” pois sendo um clube poderosíssimo face ao Sport Progresso entendeu que estes cederiam e o campo passaria a ser seu. Ficavam com o melhor estádio da cidade, com piso relvado e amplas bancadas construidas laboriosamente durante 10 anos pelos “progressistas” e onde jogava a selecção nacional quando se deslocava ao Porto.
Só que o Sport Progresso não cedeu, nem a troco de qualquer verba. Contava mais a paixão pelo campo que tinham construido enquanto o FCP vivia num campo exíguo e preferia alugar o dos outros. O FCP não teve contemplações.
Se o campo não é todo para nós (do irmão do FCP), então vocês (Sport Progresso) joguem na parte que vos tocou (ao outro irmão “progressista”).
É evidente que não seria nem para uns nem para outros, mas o FCP sempre tinha a Constituição e dinheiro para alugar o Lima. O Sport Progresso não tinha nada disso e até vivia, em parte, das receitas que o aluguer do estádio do Ameal proporcionava.
Como não houve acordo as gentes progressistas foram obrigadas a ceder e deixar o terreno como o alugaram, fazia parte dos contratos de arrendamento em terrenos agrícola, e tiveram que arrancar as bancadas tão laboriosamente construidas.
O Benfica também quando alugou a Quinta da Feiteira e a Quinta Nova em Sete Rios, obrigou-se quando deixasse esses espaços a deixá-los como quando os arrendou, ou seja, com possibilidade de poderem voltar a ser quintas agrícolas.
A atitude prepotente do FCP fez corar de vergonha os desportistas da cidade do Porto e todos os adeptos dos pequenos clubes sentiram que o que o FCP fez ao Sport Progresso era como se também o tivesse feito a cada um deles: Boavista FC, SC Salgueiros, Académico FC, Estrela e Vigorosa Sport, Clube Infante de Sagres, Ateneu Comercial do Porto, Sporting Clube Vasco da Gama, Sport Clube do Porto, Ramaldense FC, Clube Fluvial Portuense e até clubes de Gaia, CD Candal, CF Valadares, FC Avintes, Vilanovense FC, SC Coimbrões, etc.
A partir daí começaram a apelidar os portistas de Andrades pelo facto de se terem aproveitado de um senhor Andrade (filho) menos escrupuloso e “espertalhão”.
Nos anos 40 meia cidade amava o FCP e outra meia odiava o FCP. E o FCP vai pagar bem caro esta atitude, deixando de ter a cidade a seus pés. O potencial do FCP para crescer hegemonicamente na cidade do Porto foi reduzido pagando-o com a ausência de receitas e títulos e quem beneficiou com isso foi o Benfica, que era o clube que entalava por excelência o FCP para gáudio de meia cidade. Para os benfiquistas da cidade do Porto o “caso dos Andrades” foi a sua salvação pois assim tiveram oportunidade de pertencer ao Benfica, por herança familiar em vez de andarem equipados pela cidade de pijama ou ir roubar os toldos das barracas das praias da Póvoa para fazerem camisolas.
Os bisavôs, avòs e pais de muitos dos actuais Benfiqusitas portuenses indigandos como vexame a que um clube poderoso FCP sujeitou um pequeno clube que vivia, em grande parte, de ter conseguido, com esforçoa redobrado, um bom espaço desportivo depressa passaram a desrespeitar o portismo sentindo-se amis identificados com o comportamento de um clube agregador, universalista e democrático, o Benfica. Em pouco tempo, a cidade do Porto tinha tantos Benfiquistas que era a 2ª cidade com mais importãncia para o Benfica, até pelas várias deslocações anuais, que fazia ao norte. A 1ª Casa do Benfica foi inaugurada na cidade do Porto em 1 de Janeiro de 1950.
LFV deixou de ser associado do F.C.P.
José Carvalho, o amigo que durante mais de 24 anos lhe pagou as quotas, deixou de o fazer em Julho de 2010, a pedido do próprio. No final do ano, o líder encarnado foi excluído da listagem de sócios portistas.
Foi Bruno Carvalho, candidato derrotado nas últimas eleições do Benfica, testa de ferro do Capo de Palermo, que acabou por motivar a saída de associado do F. C. Porto de Luís Filipe Vieira. Em finais de Maio do ano passado, em plena campanha eleitoral, o concorrente à presidência das águias, colocou o primeiro cartaz da sua candidatura, com o qual pretendia alegadamente "despertar as consciências".
O cartaz, com cerca de 1,70 metros de altura, mostrava os futebolistas do F. C. Porto a celebrar o quarto título consecutivo de campeão de futebol e questionava: "Até quando os vamos deixar ganhar?". Em letras mais pequenas, podia ainda ler-se: "Parabéns ao sócio nº 17.599 do F. C. Porto", que, segundo Bruno Carvalho, era Luís Filipe Vieira.
O líder benfiquista, que acabaria por vencer folgadamente as eleições, sentiu-se fortemente atingido com esse cartaz e não demorou a telefonar ao amigo José Carvalho, que durante mais de 24 anos lhe pagou religiosamente as quotas, a pedir para deixar de o fazer.
"Estava muito triste. Da maneira que falava, pensei até que lhe tinha falecido algum familiar. Pediu-me para deixar de pagar e eu fiz-lhe a vontade",contou ao JN José Carvalho.
Curiosamente, no mês seguinte, seria a altura de actualizar o pagamento, que o amigo de Vieira fazia anualmente. "Mandei uma carta ao F. C. Porto, a pedir a desvinculação. Ainda me mandaram uma segunda via, mas voltei a não pagar. Ele já não tem nada a ver com o clube", garante José Carvalho, que, durante uma época, até pagou ao líder encarnado um lugar anual no Dragão que, ele, naturalmente, nunca usufruiu...
Quase "Roseta de prata".
Ex-sócio de Luís Filipe Vieira numa empresa do ramo dos pneus, em 1984, este portista convidou o amigo a acompanhá-lo a Basileia, na Suíça, para assistir à final da Taça das Taças, que os dragões perderam para a Juventus (1-2). E daí nasceu a génese da ligação do agora presidente do Benfica ao F. C. Porto.
"Acompanhou-me porque eu sou portista e Jorge Nuno Pinto de Sousa inscreveu-nos como sócios do F. C. Porto, no mesmo dia", explicou José Carvalho. De facto, no ano seguinte - 15 de Janeiro de 1985 -, Luís Filipe Vieira e o seu ex-sócio na firma Hiperpneus tornaram-se associados dos dragões. Ou seja, na próxima semana, o dirigente encarnado completaria 25 anos de filiação... aos portistas e teria direito à tradicional "Roseta de prata", o que já não acontecerá, dado que entretanto deixou de ser associado do F. C. Porto.
"Se ele me tem pedido mais cedo, já teria há muito deixado de pagar", realçou José Carvalho.
A conotação de Luís Filipe Vieira aos portistas era publicamente conhecida e, a cada passo, funcionava como "arma" contra o próprio presidente do Benfica.
"Ofende-me dizerem que sou portista. Não tenho nada a ver com esse clube e, por mim, podem fazer o que quiserem ao cartão ou à ficha de inscrição. Foi o Jorge Nuno Pinto de Sousa que me fez sócio, mas não sei, nem estou interessado em saber, quem é que paga as quotas mensalmente", afirmou o presidente das águias, em Junho do ano passado, numa entrevista à RTP-N.
Apesar do sucedido, a amizade de Vieira com José Carvalho não saiu beliscada. "Somos velhos amigos e, apesar de eu ser portista, ainda recentemente fui com o Benfica à Bielorrússia ver o jogo com o BATE Barisov [vitória por 2-1], para a Liga Europa, e fui impecavelmente tratado", contou ainda José Carvalho. Amigos, amigos, filiações clubísticas à parte...
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