sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

( Lagartices e tal...) A MÁFIA DA PALERMO PORTUGUESA (45)


O SPORTING (3)

O Fogo Posto da Luz. Testemunho de uma Sportinguista
O jogo acabou, festa do Benfica, jogadores a agradecer, meu ric’Capel, meu ric’Wolfswinkel sempre o último e a fazer questão de o ser. Fraquezas minhas que me pelo por estas coisas, e a equipa de há dois anos era bem mais antipática nestes cumprimentos. Avancemos, que não é disso que se fala aqui hoje.

Fiquei no lugar, já sabia que teria de esperar para sair. Não me preocupei, estava sentada e tinha o twitter para me entreter. Não estranhei estoiros, nem as primeiras cadeiras a partir ou a arder. Não, não aprovo nem quero dizer “faz parte”, mas faz e eu não estranho. Tanto que embora não aprove, ri-me quando ouvi “e salta bombeiro, e salta bombeiro”, há coisas que comigo funcionarão sempre. No caso é o “bombeiro”, o não haver um nome, é quase uma coisa noddyesca, cartoonesca e infantil “o bombeiro”. Não sei explicar melhor, mas fez-me rir. Nesta altura – do bombeiro e o extintor – já eu estava também de carapuço enfiado e cachecol a tapar a cara, com um ar perigosíssimo, aposto.
Tudo tranquilo até aqui. Sentou-se ao meu lado uma rapariga mais nova que eu, lívida, “ai meu Deus” e tapava a cabeça. Estive para a tranquilizar, mas o namorado apareceu e não me meti. Devia, porque o querido só a soube mandar calar, estava enervadissimo com a figura dela, claramente. Os homens de amanhã, enfim.
Continuava a haver uma cadeira a arder aqui, outra ali. A polícia ou não via quem as ateava ou não tinha ordens para intervir, não sei. Sei que nada fez, mas também não sei o que poderia fazer sem os ânimos se exaltarem. Os bombeiros, pacientes, subiam de extintor, apagavam e voltavam a descer. E eu continuava entre o twitter e o facebook, tranquila.
Minutos depois, novo fogo. Dei por ele antes de o ver porque as pessoas se afastaram para os lados. O espaço não era muito para todos que lá estávamos e foi aqui que começou a minha preocupação. Eu estava à direita dessas cadeiras (de quem está nessa bancada), o espaço entre isso e a parede acrílica não era muito e as pessoas chegaram-se para esse lado, ou seja, ficámos o dobro no espaço de metade.

O “ver a Luz a arder” para mim nunca foi literal, mas tinha miúdos em volta a cantar isso. Peguei num que estava logo ali e disse-lhe “não queremos, não. a esta altura já não queremos, calem-se com isso”. Havia outros que viam o fumo como eu via, o tecto e sei lá mais o que me passou pela cabeça, e começou a falar-se finalmente em descer (nós, a polícia ainda não tinha decidido, pareceu-me). Labaredas enormes, foi o que eu vi e não achei graça nenhuma. Não me interessa sequer saber como ou quem foi, só quis sair dali. 
Fomos descendo pelas cadeiras. Deixei-me ficar para trás, por causa das confusões. Tenho horror a multidões em pânico, prefiro ser a última a cair no chão e ser pisada. Fiquei para trás então e fui descendo pelas cadeiras (porque as escadas ainda tinham muita gente) com um grupo de rapazes. Quando vi as escadas mais livres, desisti das cadeiras e mesmo com um polícia a gritar para as escadas que descessemos, saí desse caminho e fui para as escadas. Senti-me fazer um ar amuado, um ar de quem “só quis vir à bola”. A polícia e um rapaz foram-me dizendo “desça, desça com calma. venha por aqui. deixa passar” e cheguei ao corredor de acesso à bancada.
O corredor estava cheio, claro. Andava-se lentamente, mas andava-se. Ouvi miúdas eufóricas com o fogo. Metidas num corredor cheio de gente, num estádio a arder, com polícia por todo o lado, e estavam contentes. Eu sei que há idades para tudo, mas eu felizmente com aquela idade já tinha um cérebro. Passámos por um caixote do lixo a arder e eu em stress. Cada pessoa que passava pelo caixote só queria avançar naturalmente, e começaram os empurrões. Mais uma vez fui acolhida por um rapaz que protegia a namorada e me chamou para junto deles. Estávamos nisto quando o grupo pára e recua. Medo. “é a polícia?” perguntei (sim, não via nada, não tenho propriamente 1,70 que já me ajudaria a ver, e não levei saltos) ao que me respondeu que sim, e nesse momento o grupo abriu em círculo para fugir à polícia. Ficámos assim uns minutos, em círculo e parados. Eu e a outra rapariga mantivemo-nos no lugar e ficámos à frente do nosso lado do bloco. Ele dizia “mantenham-se aqui, fiquem aqui” e eu também achei que só tinhamos a ganhar em ficar ali à frente. Sei lá coisas que se pensam na altura. A polícia tirou um dos miúdos do grupo, nem percebi porquê, e um minutos depois, não mais, estávamos a descer as escadas.
Já cá fora, tive de estar um bocado ainda dentro do recinto em que tinham estado todos à chegada e depois de escoltados para fora das imediações tresmalhei e vim-me embora.
Nunca tive medo de ir ao futebol e ontem assustei-me. Morro de medo de multidões em pânico. Mas isto não são Sportings nem Benficas. São pessoas que não pensam vs pessoas que gostavam de ir ver o seu clube, na bancada dos seus semelhantes, sem correr perigo. São pessoas inconsequentes que me farão dar razão a quem uma próxima vez me disser “Mas vais? Não é perigoso?” e eu tiver de responder “pois, tens razão” em vez de “não, já fui e correu sempre bem. E isso não tem graça nenhuma. Sempre houve inconsequentes, bem sei, mas antes havia quem pusesse mão nisto, havia os que a certa altura diriam “Já chega” agora os inconsequentes parecem-me em maior número. Ou não, não vi nada, não vi quem fez o quê ou como, nem me interessa.
Isto fica aqui para me lembrar uma próxima vez que os miúdos estão loucos e eu já não tenho idade para isto. Quando quiser ver o meu clube fora, penso melhor no lugar que escolho. Há quinze anos rosnava a quem me dissesse que eu faria tal coisa. Parece que cresci mais um bocadinho.

Adeptos do Sporting detidos serão neonazis
Membros do grupo 1143 estiveram detidos durante o jogo Benfica-Sporting por se recusarem a entrar na "caixa de segurança".
Os adeptos sportinguistas que este sábado criaram problemas com a segurança do jogo pertencem a um grupo neonazi, diz hoje o "Diário de Notícias".
Cerca de 20 elementos do grupo 1143 recusaram-se, violentamente, a entrar na "caixa de segurança", local onde são isolados os adeptos do clube visitante. A PSP deteve os adeptos, nos calabouços policiais no estádio, durante a realização do jogo. As autoridades acabaram por instaurar um processo crime a dois dos membros do 1143, por danos no acrílico da bancada, que vão hoje ser presentes a tribunal.
Os 1143 são um grupo não legalizado da Juve Leo, que foi dirigido por Mário Machado, atualmente preso por vários crimes violentos e contra a Humanidade. O nome tem origem na data de fundação de Portugal, já que os seus elementos se identificam com omovimento skinhead de origem nacionalista.
A PJ está a coordenar a investigação do incêndio provocado na luz e tem em sua posse imagens das câmaras que vigiam todo o estádio.
O jogo foi ganho pelos 'encarnados' por 1-0"
in Expresso 



Adeptos do Sporting agridem Bombeiros!!!
A Associação Nacional de Bombeiros (ANBP) e o Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais (SNPB) condenaram esta segunda-feira, em comunicado, os incidentes ocorridos no sábado após o Benfica-Sporting e que culminou num incêndio numa das bancadas do estádio.
"A ANBP/SNBP lamenta a atitude dos adeptos do Sporting Clube de Portugal e repudia as agressões de que os bombeiros foram alvo no exercício da sua função, já que a sua eficácia no controlo das chamas terá ficado comprometida pelos impedimentos de que foram alvo. Se não fossem estes incidentes, que atrapalharam o socorro, com toda a certeza os prejuízos seriam muito menores", pode ler-se na nota enviada à agência Lusa, a propósito do incêndio que deflagrou numa das bancadas do estádio da Luz após o jogo.
Como consequência daqueles incidentes, ANBP e SNBP informam que vão pedir uma audiência aos presidentes dos dois clubes, Benfica e Sporting, com vista "à adoção de medidas de segurança que facilitem a operacionalidade dos bombeiros e que garantam a sua própria integridade física no interior dos estádios destes dois clubes".
A ANBP/SNBP não pode ficar indiferente a atitudes de violência para com quem presta socorro, numa perspetiva de desempenho do melhor trabalho possível e de ajuda ao próximo, esperando que situações lamentáveis como a que se verificou não se repitam", conclui a nota."  
Comunicado da ANBP/SNBP, in Record

O Sporting Calimero
Miguel Salema Garção, antigo director de comunicação do Sporting, considera que a “gaiola” da Luz «acaba por ser algo provocatório, na medida em que é uma solução nova na Liga portuguesa».
«Estou convencido que, basicamente, serve apenas para tapar a sonorização do apoio da grande massa adepta sportinguista que vai ao Estádio da Luz»,  refere, lamentando «o silêncio do Benfica» a este propósito, quando se verificam «relações institucionais positivas entre os dois clubes».

«Seria importante ouvir também a posição da Liga e até da Polícia e dos Bombeiros, que terão validado esta rede protectora», acrescenta Salema Garção, sugerindo a adopção daquela medida de segurança para as claques do Benfica.

«Se a rede protectora visa evitar qualquer tipo de problemas, antes, durante e depois do jogo, pergunto se o local onde estão concentrados os grupos organizados dos adeptos do Benfica – e não sei se as claques do Benfica já estão legalizadas -, também não poderá ser um foco de algum problema para os sportinguistas e para a equipa do Sporting», interroga.

Para Salema Garção, a presença dos dirigentes leoninos junto dos adeptos nas bancadas da Luz não poderá ser vista como «qualquer foco desestabilizador» entre os dois clubes.
Quem não selembra do antigo presidente do Sporting queixando-se do fundo de jogadores do Benfica, apelidando-o de “pouca vergonha”. Pouco tempo depois fazem eles a mesma coisa.

Esquisiticespor Jorge Gabriel
"Receio ter de contrariar, veementemente, as posições extremas assumidas pela direção do Sporting após serem conhecidas as medidas de segurança adotadas pelo Benfica. Encarar as divisões impostas, entre adeptos, como uma afronta revela um total desconhecimento, ou esquecimento, dos habituais confrontos que obrigam o erário público a despender milhares de euros para disciplinar insurrectos que envergonham qualquer cidadão, e também o emblema de Stromp.
Em tempos de aparente aproximação entre os dois clubes, este “fait divers” nada mais representa do que uma posição de insensibilidade e diversão, para afastar atenções para o que é efetivamente importante: o jogo. Bastava, com algum bom senso, observar outras medidas adotadas em países com campeonatos tidos como exemplares, onde estas divisões são assumidas como uma defesa, para quem assiste ao jogo, e não uma mesquinhez primária que atinge o bom nome de família.
Seria bem mais proveitoso ao Sporting afastar os arruaceiros que tingem a reputação do clube, dizimam áreas de serviço, agridem adversários, apedrejam autocarros, ofendem quem passa sem um mínimo de respeito pelas incautas famílias que, imagine-se, pagam para dar de comer a esta indústria. A honra do clube está para além destas esquisitices, e não se mancha com uma rede, ou jaula, como alguns ofendidos defendem.
Bem mais interessante, do ponto de vista da honra do clube, era questionar o Conselho de Arbitragem da Liga, da FPF, e a APAF, se aconselharão os seus associados a não comparecerem aos jogos da equipa do Sobrado, após as bárbaras agressões aos árbitros Fernando Pinto e Manuel Soares, da Associação de Futebol de Porto. Por muito menos foi o Sporting vítima de uma perseguição sem precedentes, com a escusa em apitar jogos dos leões, que, essa sim, denegriu a hombridade do clube.
Talvez fosse ponderoso pensar o futuro do Sporting, e do futebol português, tendo em conta a lei do fair play financeiro que ainda ontem Arsène Wenger contestou.
O treinador francês criticou o Manchester City pelo balanço financeiro negativo apresentado esta semana, que revelou um prejuízo de 228 milhões de euros, recorde na Inglaterra, numa temporada.
O descalabro apresentado pelo City é maior até mesmo do que os 163 milhões do Chelsea, de Abramovich, em 2005. A intenção da UEFA é punir os clubes que gastarem mais do que arrecadarem com a perda de uma vaga na Liga dos Campeões, a partir da temporada de 2014/15, levando em conta as últimas quatro épocas.
É com estas imposições – jaulas – que se devem preocupar dirigentes conscientes do seu lugar. Quer seja numa bancada, ou numa tribuna de honra”.

Julgamento de adeptos detidos adiado para quarta-feira.
Adeptos detidos antes do jogo de futebol Benfica-Sporting foram hoje acusados por posse de engenho explosivo.
O julgamento dos três adeptos de futebol detidos por posse de engenhos explosivos foi hoje adiado para quarta-feira e o dos outros dois por danos provocados no Estádio da Luz reagendado para 07 de dezembro.
«Face ao adiantado da hora e aos julgamentos que ainda existem para realizar, entre os quais de arguidos que se encontram detidos em prisão preventiva, propõe-se o reagendamento da discussão de julgamento»,afirmou a juíza encarregada do processo.
A sessão de hoje, inicialmente agendada para as 14 horas, apenas começou às 18:45 horas, motivo pelo qual foi decidido que Ivo Costa será ouvido quarta-feira às 10:00, Diolávio Nogueira às 11:30 e José Alberto Silva às 14:00.
Segundo a Agência Lusa apurou no Juízo de Pequena Instância Criminal de Lisboa, no Campus de Justiça, outros dois arguidos, acusados de danos materiais do Estádio da Luz, entre os quais arremesso de cadeiras e destruição de parte do acrílico de separação da caixa de segurança, pediram o adiamento do julgamento para 07 de dezembro, às 10:00.
Caso os arguidos não se apresentem no tribunal serão sancionados com uma multa pecuniária de 204 euros e o julgamento será feito à revelia dos mesmos.
Estes processos surgem depois incidentes registados no Estádio da Luz, após o Benfica-Sporting, que terminou com a vitória dos "encarnados" por 1-0, com destaque para o incêndio na bancada destinada às claques do Sporting.

FOGO POSTO?
Corre pelos meandros da comunicação social de que haverá membros Juventude Leonina, atear fogo às cadeiras do estádio como retaliação à direcção do Sport Lisboa e Benfica, a colocação da "gaiola" de segurança no recente derby Lisboeta.
É certo que todos os membros da claque foram revistados e em momento algum foi encontrado em posse de membros da claque qualquer liquido inflamável, no entanto membros da direcção leonina entraram dentro do estádio sem que algum deles tivesse sido alvo de revista aquando da sua
entrada pela garagem de acesso ao estádio da Luz ou mesmo quando tiveram acesso às bancadas, pelo que se suspeita de que terão sido os membros da direcção a entrar indevidamente com líquidos inflamáveis no estádio e os terão fornecido aos membros da claque leonina.
Certo é que aquando da conferência de imprensa dada pelo membro da direcção leonina, o fogo foi propositadamente posto pela claque leonina e no mesmo momento em que as chamas foram ateadas nas bancadas, os membros da claque a quem foi encomendado o incêndio  foram enviando mensagens com fotos com a deflagração do incêndio para os membros da direcção do SCP.

A verdade é que a se a PJ o desejar  poderá provar que houve troca de fotos e mensagens via telemóvel entre os membros da claque e membros da direcção do SCP e ter acesso aos seus conteúdos bastando para isso um mandato de um Juiz.
É certo que a comunicação social jamais irá avançar com as informações e provas que tem em sua posse, pois as grilhetas e correntes e os tráficos de influências que os move jamais se verá em qualquer jornal uma publicação dos factos reais.

Daniel Oliveira ataca Pinto da Costa
Quando foram tornadas públicas as gravações de Pinto da Costa que evidenciaram, para não dizer mais, a promiscuidade entre aquele dirigente desportivo e muitos árbitros, esperava uma posição pública da arbitragem para defender a honra de uma função sem a qual os jogos são impossíveis. Não aconteceu. Quando rebentou o escândalo do Apito Dourado esperava que fossem, antes de todos, os árbitros a lutar para que finalmente fosse separado o trigo do joio. Não aconteceu. Das muitas vezes que se debateu a mudança nas regras de nomeação de árbitros, esperava que estivessem eles na linha da frente na luta por regras claras. Não aconteceu. Quando se exigiram novas tecnologias para a arbitragem, esperava que fossem os árbitros a tomar a dianteira. Não aconteceu. De todas as vezes que árbitros foram agredidos e ameaçados nos estádios, esperava uma posição de força, sem concessões. Não aconteceu.
Sei que criticar as arbitragens é o mais fácil. Umas vezes com razão – foi o caso da primeira jornada –, outras para disfarçar más exibições. Mas parece haver na arbitragem portuguesa uma convivência demasiado fácil com as águas turvas. É por isso perturbante ver os árbitros a boicotar um clube apenas porque um deles é, como tantas vezes acontece, criticado pelo seu mau desempenho. Porquê esta reação desproporcionada? Porque o Sporting é, dos três grandes, aquele que não conta nas contas dos obscuros corredores do poder do futebol nacional. Os árbitros não mostram, com este patético boicote, a sua força. Tornam apenas evidente a sua fraqueza perante os poderes instalados. Compensam os silêncios e as cumplicidades de sempre, mostrando as suas temerosas garras à presa mais fácil. É o que faz o fanfarrão. Não é o que faz o corajoso.

O GRANDE BOBBY ROBSON
“Tudo correu da melhor forma possível. O Sporting alugou-me um apartamento na zona de Carnide. Era um 9º andar. Mas, das varandas, o que via eu? Nada mais, nada menos, o Estádio da Luz. Senti-me logo agradado com a atmosfera portuguesa. O Estádio da Luz era conhecido no mundo inteiro. Não podia sentir-me estranho à magia que o envolvia. Para mais, entre os portugueses o meu clube era o Benfica.

Eu estava preparado para deixar o Sporting e reorganizar a minha vida, rapidamente, desde que me pagassem o que me era devido. Estávamos no Outono de 1993 e tornava-se-me particularmente doloroso abrir as portas da varanda do meu apartamento, olhar o Estádio da Luz e pensar: “Eis o clube onde devia estar, o Glorioso Benfica, aquele que sempre admirei.»
in: "A Minha Autobiografia"

O Sporting e outras ideologias
Adeptos das claques em poses agressivas, desafiando os seguranças. Outros de cara tapada e com tochas na mão. Outro numa pose que sugere uma saudação fascista. Outro ainda com um tatuagem com a cruz de ferro, um símbolo que, não sendo exclusivo do nazismo, está muito associado a movimentos da extrema-direita. Foram estas as imagens que o Sporting colocou, nesta época, no corredor que dá acesso aos balneários da equipa visitante, no Estádio de Alvalade — um caminho que tem de ser percorrido pelos jogadores visitantes para se equiparem e depois no caminho de ida e regresso do relvado.
O PÚBLICO teve acesso a fotos tiradas num jogo desta época na zona reservada aos intervenientes no encontro e pôde depois comprovar a veracidade delas, numa visita turística ao estádio, onde foi possível ver uma parte desse corredor, já que a outra estava vedada às visitas. Na parte aberta do corredor estava, por exemplo, o painel em que um adepto aparece de braço esticado (tal como nas saudações fascistas), enquanto as imagens com a tatuagem da cruz de ferro não se encontravam neste corredor: estão na área não visitada ou foram entretanto removidas?

Esta e outras perguntas — De quem foi a ideia? Toda a direcção conhece e concorda com a colocação destas imagens? Porquê o uso destas fotos? — ficaram sem resposta por parte do Sporting, cujo director de comunicação, Pedro Sousa, apenas disse que “não há reacção nenhuma” por parte do clube. De qualquer forma, sabe-se que o vice-presidente responsável pelo património e infra-estruturas, Paulo Pereira Cristóvão, assumiu em entrevista ao jornal do clube, em Agosto, que houve obras no estádio: “Aqui mandamos nós... somos o Sporting”, disse, na altura.

“Tenho dificuldade em acreditar que as fotografias que me enviou tenham sido colocadas nos corredores de acesso aos balneários onde se equipam os clubes visitantes no estádio do Sporting. O clube sempre pautou a sua conduta pela hospitalidade e confraternização com equipas adversárias, não confundindo a saudável rivalidade desportiva com guerras entre facções de adeptos”, reagiu Vicente Moura, presidente do Conselho para a Ética e Segurança no Desporto, esperando que “a direcção do SCP, na senda das tradições do clube, as mande retirar”.


sábado, 21 de janeiro de 2012

("Novelas" e outras vigarices) A MÁFIA DA PALERMO PORTUGUESA (44)


Pato com fruta à António Tavares-Teles, por Ricardo A. Pereira
QUANDO o, digamos, jornalista António Tavares-Teles foi apanhado numa das mais edificantes escutas do processo Apito Dourado, temi pelo futuro profissional do, digamos, jornalista António Tavares-Teles. Depois, li que o Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas concluiu que o, digamos, jornalista Tavares-Teles tinha infringido «objectivamente o n.º 1 do Código Deontológico (…) que obriga a relatar os factos com rigor e exactidão e interpretá-los com honestidade», e ofendera a deontologia profissional — e cheguei a pensar que o, digamos, jornalista Tavares-Teles não voltaria a escrever nos jornais. Só depois me lembrei de um facto importante: vivemos em Portugal, e aqui tudo é possível.
O caso explica-se depressa: o, digamos, jornalista Tavares-Teles escrevia uma coluna chamada O Pato no jornal O Jogo. Certo dia, o bem informado Pato sugeriu que Deco abandonaria a Selecção se fosse injustamente castigado pelo acto corriqueiro e inofensivo de ter atirado uma bota a um árbitro. A escuta da conversa telefónica entre o, digamos, jornalista Tavares-Teles e Pinto da Costa era precisamente sobre esse texto. Cito o jornal Correio da Manhã de 24 de Julho de 2007: «Pelo que se pode ler da transcrição da referida escuta telefónica percebe-se (…) que, além de ter sido combinado, o teor do texto era falso, já que, conforme assumiu Pinto da Costa noutra conversa telefónica, servia apenas como forma depressão e de chantagem para com os elementos do Conselho Disciplinar da Liga de Clubes». Cito agora alguns dos momentos mais notáveis da escuta:
Tavares-Teles: (…): Olha pá, eu já escrevi aquela história do Deco (…). O Manuel Tavares (director de O Jogo) estava a querer pôr aquilo em grande destaque, pá!
Pinto da Costa: Não, não! Tem mais impacto aí.
Como se não fosse suficientemente habilitado como dirigente, o presidente do Porto ainda revela talento para o jornalismo, e é capaz de definir o lugar em que os textos devem sair para terem mais impacto. A escuta prossegue com a legítima preocupação do, digamos, jornalista Tavares-Teles: quando Deco fosse confrontado com uma intenção que nunca manifestara, como reagiria? Vale a pena ler o diálogo entre dois grandes senhores da comunicação social:
Tavares-Teles: O gajo não é maluco o suficiente para dizer que não, que não é nada, que é tudo mentira?
Pinto da Costa: Não! Eu falo com o Antero e ele avisa!
É interessante referir a escolha vocabular do, digamos, jornalista Tavares-Teles, para quem aquele que opta por dizer a verdade é, e cito, um «maluco».
Quando a escuta foi publicada o, digamos, jornalista Tavares-Teles esbracejou, ameaçou processar o mundo inteiro, e depois não processou ninguém e foi esbracejar para casa. Foi o melhor que fez: livrou-se de mais vergonhas e continua a escrever nos jornais — o que constitui, creio eu, um excelente negócio para os jornais: os textos de opinião são caros, mas os ditados não devem ser especialmente dispendiosos.
TAVARES-TELES e o Pato
Inventando um possível boicote de Deco à Selecção, presidente e jornalista arquitectam plano para reduzir castigo de 3 jogos aplicado ao médio.
A leitura da gravação da conversa tuteada entre Pinto da Costa e Tavares-Teles revela claramente que o texto-notícia em causa, para além de ter sido combinado entre os dois, era totalmente falso e destinava-se a chantagear os juristas da Comissão Disciplinar da Liga e o Consleho Superior de Justiça da FPF, se o caso subisse a esta instância.
1ª Cena 
- COMO PINTO DA COSTA E TAVARES TELES MONTAM UMA CHANTAGEM 
.

PC - Estou? 

TT - Sim, Jorge Nuno?
PC - Então?
TT - Então? Olha pá, eu... eu já escrevi aquela história do... Deco...ó pá, aquilo...o Manuel Tavares estava.., a querer pôr aquilo.., em grande destaque, pá!
PC - Não, não! Não ponhas porque... isso, não. Não ponhas nada. Não ponhas...
TT - Não...
PC - Tem mais impacto aí do que...
TT - Pronto! Ouve lá, e... e... entretanto o Porto vai jogar e os gajos (os jornalistas) vão perguntar ao Deco! O Deco o que é que vai dizer?
PC - Ó pá, o Deco vai dizer que está a pensar! 
TT- Oue está a pensar, não é? 

PC - É! 
  TT- Está...o gajo é maluco o suficiente para dizer que não..., que não é nada, que é tudo mentira...
PC - Pois..., mas não, eu falo com o Antero e ele avisa! 

TT - Fala ... fala com ele, a dizer que lhe vão perguntar! 
 PC – OK!
TT - Está bom? 
PC - Está bem! 

TT - Pronto! PC -Está 

TT - Um abração! Está...
 PC - Um abraço! 

TT - Tem aqui coisas muito giras. Lê isto, amanhã, que tem aqui coisas muito giras! 
 PC – OK! OK!
2ª Cena - DE COMO PINTO DA COSTA CONVENCE DECO A DIZER QUE RECUSA A SELECÇÃO NACIONAL 


Nesta cena, Pinto da Costa informa Deco da notícia que irá sair em "O Pato", secção de "O Jogo", dando como certo que se a Liga não lhe reduzir o castigo de 3 para 1 jogo, ele, Deco, se recusará a jogar na Selecção e, logo, a seguir no Euro, ensinando-lhe as respostas que deve dar aos jornalistas: 

PC - Estou. Deco?
D - Sim? 

PC - Estou! É o Presidente! Estás bem, Deco?
D - O... Presidente! Então? Tudo bem? 

PC - Olha, estou-te a falar pelo seguinte.., amanhã como sabes nós metemos o recurso do teu castigo, não é
D - Sim, sim! 

PC - ...Amanhã vai sair aquela coisa no "Pato"... 

D - Uum... 

PC - ...uma coisa a dizer... do género de "Pode estourar uma bomba... ofendido com o que foi dito ... aquele termo de "indigno" e o castigo... "
D - Hum...
PC - . . .e tal... "Pode estourar uma bomba, é possível que Deco, desgostoso com a perseguião" - dentro daquilo que tu disseste hoje!" 

D - Sim, sim!

PC -... "ofendido com a perseguião que lhe está a ser feita, se calhar, vai pedir dispensa de jogar no... na Selecão e no Europeu..." Uma coisa assim, estás a perceber?...

D - Hum, hum!
PC - ... que é como forma dizes... de pressão para...
D - Hum, hum!

PC - Para o Conselho. Portanto, se amanhã alguém te perguntar se isso é verdade se nãé o que é que pensas, tu dizes - "Desculpe, sobre isso, eu não falo nem uma palavra! Na altura própria eu... eu direi."
D - Claro!
PC -... o que tiver a dizer!

D – Está bem!

PC - Compreendes? Nem dizes ...
D - Ah, Está bem!
PC - ... Só dizes "sobre isso não digo nada! ..."
D – Está bem!

PC - "Só falarei na altura devida"

D – Está bem, está bem!

PC - Compreendes?

D – Está bem!

PC - "Falarei na altura devida".., que é para eles ficarem a dizer assim - "é pá isto é uma bronca dos diabos, deixa lá reduzir..."

D - Claro, claro
PC - Agora nem dizes que sim nem que não, nem que está... nada! "Na altura própria, eu falarei!"
D – Está bem, está bem

PC - Ok?

D – Está bem, Presidente!
PC - Deco, um abraço. Até amanhã.


 Nesta 3ª cena, o director-geral da SAD, Antero Henriques, acaba de ler em "O Pato” a notícia/comentário de Tavares Teles sobre o alegado pedido de escusa da Selecão Nacional (e da respectiva participação no Europeu), "formulado " por Deco, por se sentir ofendido com o castigo de 3 jogos que lhe fora aplicado e sobre os termos usados pelos próprios membros da Comissão Disciplinar da Liga sobre o incidente. Na verdade, não era caso para tanto barulho - Deco apenas agredira o árbitro com uma bota.
O eficiente director da SAD portista rebola-se a rir e não resiste a telefonar a Pinto da Costa. É uma cena lapidar:


Personagens: 
AH - Antero Henriques, director-geral da SAD do FC Porto: 

PC - Presidente da SAD e do FCPorto
PC - Sim? 

AH - Presidente, bom dia.
PC - Então?
AH - Esta do "Pato" sobre o Deco... vou-lhe dizer uma coisa, pá... Eu já sabia que o Presidente era um génio, mas esta, foda-se!
PC - Como é que vem ?
AH - Vem espectacular
PC - Como é que está ?

AH - Acho que uma chantagem fantástica!
PC - Como é que está ?

AH - (passando a ler) "Por aquilo que "O Pato" sabe, pode rebentar, muito em breve uma bomba... dos diabos! Deco, ofendido com os termos que a Comissão Disciplinar da Liga utilizou para qualificar o seu comportamento no já famoso caso da bota - entre outras coisas, "comportamento indigno e intimidatório", consabidamente descabelado e indisciplinado, com redobrado intento de desonrar, desprestigiar e fazer ver ao árbitro do que era capaz - parece estar na disposição de pedir escusa da Selecção Nacional pelo menos enquanto a dita Comissão Disciplinar não se retractar daquilo que ele considera ser um atentado ao seu nome, pelo que  Scolari pode ter que reduzir o número de jogadores que fazem parte da sua primeira selecção de vinte e oito para vinte e sete."

PC - Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!

AH - Espectáculo, pá!

PC - E o que é que traz mais?

AH - Espectacular, Presidente! Espectacular, pá Está Presidente?

PC - OK!

AH – Então até logo, até logo!

 As Manobras de Pinto da Costa
Sérgio Silva, que em 2008 se apresentou como investidor, conta toda a história. Diz que foi parte de uma “manobra”, que envolvia o então presidente do clube (Joaquim Teixeira), o major e... Pinto da CostaO objectivo era vender o Bessa ao desbarato.
Dois anos depois de ter sido detido por tentativa de burla ao Boavista, Sérgio Silva garante que não agiu sozinho. Em declarações ao CM, o investidor-fantasma dos axadrezados assegura que foi aliciado por Joaquim Teixeira, então presidente do Boavista, para se apresentar como solução para o clube.
O objectivo, garante, seria vender o estádio 'à empresa J. Camilo ou ao FC Porto' e o lucro era elevado.
'Prometeram-me dois milhões para enganar o Boavista', assegura Sérgio Silva que explica ainda que o pagamento total de cinco milhões seria dividido com Joaquim Teixeira.
'Assumo categoricamente que o plano era vender o estádio para a construção', afirma.
'Nunca falei com o major directamente sobre isso. Mas o Joaquim Teixeira disse que seria a família Loureiro a pagar os cinco milhões. Ele ia ficar com três, eu com dois. A preocupação deles é que as auditorias não mostrassem os buracos financeiros e que eu conseguisse depois falsificar garantias bancárias e libertar o estádio da penhora. Só tinha de o vender barato e o lucro era garantido', disse ao CM.
O investidor – que garante nunca ter tido qualquer dinheiro para usar no clube – conta também que o primeiro contacto lhe foi feito pelo administrador de insolvência dos axadrezados. Contactado pelo CM, Valentim Loureiro recusou qualquer tipo de envolvimento no alegado plano. 'Nunca falei com esse Sérgio Silva e conheço mal o Joaquim Teixeira. Isso é tudo um disparate de um homem que não tem credibilidade'.
Por sua vez, Joaquim Teixeira não ficou surpreendido. “Foi essa a versão que ele deu à PJ. Mas é completamente falsa”.
Pinto da Costa dá garantias em nome do Major
Sérgio Silva diz que durante os dois meses de negociações almoçou com Pinto da Costa e Joaquim Teixeira num espaço na praça Velasquez, no Porto. Segundo Sérgio, o presidente do FC Porto disse-lhe estar a par do plano e garantiu-lhe que iria ser recompensado.
'Esteja descansado que está com gente de palavra. Eu não conheço o Joaquim Teixeira, mas estou aqui porque um amigo e homem de palavra me pediu', terá sido a garantia dada por Pinto da Costa a Sérgio Silva. O 'salvador' do Boavista ficou convencido de que Pinto da Costa se referia a Valentim Loureiro, quando aludiu ao ‘amigo’. 
Encontro com Valentim        
Sérgio Silva diz que só falou uma vez com Valentim Loureiro, num encontro em Paredes, promovido por Joaquim Teixeira. 'O major disse-me: homem, esteja descansado que não vai ficar mal. Vai sair bem disso'.
Sérgio Silva entendeu que Valentim estava a falar dos dois milhões, tendo ficado confiante com a promessa dada pelo major. 'Ele bateu-me nas costas e garantiu-me que iria correr bem', conta Sérgio Silva. A conversa acabaria com Joaquim Teixeira e Valentim Loureiro a combinar qual a melhor data para fazer a apresentação de Sérgio à Comunicação Social como o investidor e salvador do Boavista.  É nesta altura que Sérgio insiste com Joaquim Teixeira para lhe pagarem os prometidos dois milhões, que afirma nunca ter recebido.
Diz ainda que Joaquim Teixeira terá levantado os cinco milhões de uma conta do BPN“Alguém acredita que eles não soubessem quem era o Sérgio Silva?', interroga-se, garantindo que o seu cadastro era conhecido dos dirigentes axadrezados.
Pormenores e Ameaças
Sérgio Silva diz que tem sido alvo de ameaças feitas por próximos dos axadrezados. Joaquim Teixeira terá emprestado um carro a Sérgio Silva durante o tempo em que ele apareceu como investidor. Usou um Bentley Continental da empresa do pai de Teixeira. Sérgio diz que receberia os 2 milhões por uma empresa off-shore que não chegou a criar.
O Boavista e o FC Porto encontram-se, para mais um jogo das modalidades amadoras. Os axadrezados derrotam os portistas, por 3-2, mas o jogo é repetido. Porquê? Um jogo de futsal põe em confronto dois clubes da cidade invicta. O Boavista recebe o FC Porto, no campeonato organizado pela Paralisia Cerebral  - Associação Nacional de Desporto (PCAND).
O Boavista vence por 3-2, mas o jogo é anulado, porque o FC Porto tem um jogador mal inscrito. Ou seja, o clube que apresenta jogadores mal inscritos acaba por ter uma segunda oportunidade de vencer uma partida. Assim, se o caso fizer jurisprudência, nada melhor do que inscrever um jogador de forma incorrecta, disputar uma partida e, se o resultado não agradar, denuncia-se a ilegalidade...
O jogo acabou por ser repetido. Pesquisámos e encontramos o novo resultado final. O FC Porto venceu por 2-0... O que fica para a história é que um clube cumpriu todos os requisitos, venceu, mas acabou por perder na secretaria os pontos, porque o adversário não estava ao abrigo das regras. Pagou o justo pelo pecador.