quinta-feira, 4 de agosto de 2011

(A MENTIRA) A MÁFIA DA PALERMO PORTUGUESA (11)

Queremos associar-nos ao blogue, “Em Defesa do Benfica”, que recomendamos a todos ler, em que o Miguéns faz uma fantástica descrição da verdadeira data da fundação de um clube corrupto, que faz da mentira o seu modo de vida.
 
A MENTIRA 
“Recebi hoje através de um amigo Portista de coração alguns documentos importantes, que demonstram e provam a verdadeira data de Fundação do F.C.Porto, clube fundado por pessoas de bem, trabalhadoras e que nada mais desejavam do que aprender a jogar futebol.
Nos dias de hoje, meia dúzia de pessoas apagaram ou tentaram apagar da história a real data de fundação do clube, tal como apagar da história os nomes daqueles que por bem e com vontade apenas de praticar o bem fundaram o Clube que em tempos foi honesto e que orgulhava a cidade que ostenta o nome.
O Extinto semanário "O Tripeiro", que se devotava com carinho a remexer velharias históricas da cidade do Porto, publicava em 1 de Março de 1926 uma interessante exposição por António Martin, funcionário superior do Governo Civil e sócio fundador do F.C. Porto, que por ser valiosa e competente, merece ser focada a sua história:
Transcreve-se aqui, portanto com o pormenor elucidativo e preliminar valioso o que nos afirma António Martins:
Por achar interessante vamos descrever como foi organizado o Football Club do Porto, o brilhante grupo desportivo que tanto tem honrado o nome da nossa terra.
Sentimos grande contentamento em fazer esta descrição, não só pela honra que temos em ser um dos instaladores daquele club como também evocarmos uma época saudosa da nossa descuidada mocidade.
Existia há trinta e tal anos o Grupo do Destino, composto de uma rapaziada alegre, ruidosa, entusiasta, buliçosa, cuja missão, era divertir-se após as horas de trabalho.
Não havia local onde bem se comesse e onde bem se bebesse que o Grupo do Destino não conhecesse!
Rima e era verdade! Aquilo eram bons estomagos e bons gastrónomos! Partidas, piadas, blagues, bom humor, tal era o programa do Grupo do Destino.
As suas festas marcavam pela originalidade e decorriam sempre cheias de entusiasmo! Com que recordações lembramos essa mocidade cheia de alegria e entusiasmo!
Um dia, o presidente do grupo, isto pelas alturas de 1904 ou 1905, o saudoso José Monteiro da Costa, foi com seu pai visitar a Espanha, França e Inglaterra. Nas constantes epistolas que nos enviava com notas da sua viagem, descrevia com entusiasmo um jogo de bola a que tinha assistido em Inglaterra, e que logo que chegasse ao Porto nos daria algumas explicações afim de também o jogarmos.
Anunciada a sua vinda um grupo de amigos sinceros, pois Monteiro da Costa de tudo era merecedor, foi espera-lo a Ermesinde. Foi uma alegria doida a sua chegada. Monteiro da Costa, até ao Porto descreveu rapidamente as impressões da viagem, tendo frases as mais entusiásticas, para o tal jogo da bola, que muito o interessara e que era nem mais nem menos que o foot-ball.
Ouvi-lo e resolver que o Grupo do Destino organizasse um grupo de foot-ball foi obra de um momento. Os presentes já sabiam que com o que fosse resolvido todos concordavam: a divisa do grupo era um por todos todos por um.
Passados dias organizou-se a reunião magna de todos os sócios para tratar do importante assunto - a instalação do grupo de foot-ball. Com as costumadas piadas, falecias, blagues, etc., apareceram de entrada dois óbices a resolver: - 1º, o desconhecimento completo, por parte de todos os sócios de tal jogo, e a falta de capital, pois, com toda a sinceridade o dizemos a maioria dos sócios eram alegretas mas...  pobretas!
Como se sabe, no Porto, o foot-ball era quase desconhecido. Sómente existiam dois Clubs onde se fazia esse jogo, que eram o Oporto Crickett e o Boavista Foot-ball aquele composto pela rapaziada das casas comerciais estrangeiras desta cidade, e este pelo pessoal da fábrica Graham, na Avenida da Boavista.
Estes Clubs várias vezes se encontraram em desafios nos seus campos de Foot-ball.
Foi logo nomeada a comissão administrativa  para dirigir os negócios do club, ficando na presidência José Monteiro da Costa, e como secretário, o autor destas desataviadas linhas.
Nessa ocasião, foi também escolhida a côr da "equipe", e caso curioso apesar da maioria dos sócios instaladores serem republicanos  - alguns até comprometidos nas conspirações - a história recaiu no azul e branco, pois eram as cores da bandeira nacional.
Foi alugado um bocado de terreno na rua Antero de Quental, onde os sócios instaladores se iam treinando no jôgo.
Um dia apareceu no club um italiano - Catulo Gadda - empregado na fábrica Mariani, ás Devezas disposto a jogar. Foi recebido de braços abertos pois era alguém que conhecia o foot-ball. Era um explendido defesa, pelo pontapé forte que possuía.
Já tínhamos dois onzes, mas pouco fazíamos. Pois se não tínhamos nascido para aquilo...
Certa tarde andávamos no campo treinando, e alguém nos comunicara  que um cavalheiro desejava falar-nos. Fomos ter com esse cavalheiro e reconhecemos a vontade que tinha de nos ver jogar.
Mostramos-lhe o pouco conhecimento que tínhamos de foot-ball e passados minutos o tal cavalheiro concordava que realmente ainda estávamos um pouco atrasados na técnica do foot-ball...
Mr. Cassaigne, ilustre súbdito Francês, muito conhecido nesta cidade e que era o cavalheiro que desejou ver jogar, foi muito amável na apreciação que fez do nosso jogo, pois não estávamos atrasados estávamos atrazadissimos...
Conhecendo a boa vontade de mr. Caissagne em prestar-nos os seus serviços, pedimos para tomar a direção técnica do football, a que acedeu com todo o entusiasmo . Não fomos só nós .
Entrou para sócio o conhecido desportista Rómulo Torres, que imediatamente propôs também, entre outros António Calem, Antunes Lemos, António Sá, Eduardo Vilares, Nuno Salgueiro, e António Campos, que conheciam muito bem o football. E, assim com todos estes elementos, já se via aos domingos o campo - já agora o tamanho que as regras indicavam- todo cheio de uma afluência que ali corria para ver com todo o interesse as varias fases do football. Romulo Torres, sempre disposto ao levantamento do club, organizava constantes desafios com os dois clubs que existiam  o Oporto Crickett e o Boavista, e assim o football Club do Porto inicia a sua carreira auspiciosa.
“Dos instaladores ainda são vivos, parecendo-nos porém que nenhum é sócio. Amadeu Maia, jornalista: Cândido Pinto da Mota e Manuel Luiz da Silva, despachantes oficiais: Joaquim Pinto Rodrigues de Freitas e Álvaro Osório da Silva Cardoso: Industriais: António Moreira da Silva, Joaquim António Mendes Correia, António Augusto Baptista Júnior, Comerciantes: Albino Costa e Lopes de Faria, empregados comerciais: Manuel Sacramento, Armador: Joaquim Silva, Negociante: e o autor destas linhas.
E aqui está como um club organizado por rapazes que ignoravam por completo o que era football tanta propaganda tem feito em prol deste desporto...
Escusado será dizer que com a vida do Football Club do Porto morre o Grupo do Destino.
Aqueles rapazes que a ele pertenceram e que a morte arrebatou, o preito da nossa sincera amizade”.
Fevereiro de 1926,
Antonio Martins
 
JOSÉ MONTEIRO DA COSTA 
 “Um nome!... Um símbolo!...
José Monteiro da Costa foi o fundador, o propulsor dessa obra gigantesca que o Foot-Ball do Porto, perante a qual nos tempos de curvar reverentemente, devido à magistral lição de sacrifício que ela nos oferece.
Este invulgar arcabouço de desportista não limitou a sua acção a lançar a ideia, mas sim a semeá-la, executando, pelo esforço, a sua visão.
Quase todos os fundadores, cingem-se únicamente a entrar no primeiro embate; mas quando as dificuldades surgem, desistem, deixando o lugar aos mais persistentes. José Monteiro da Costa não fêz assim. Idealizou e fêz desse ideal uma preocupação da sua vontade. Dispendeu a sua energia na ânsia dum sonho que desejaria positivar. E conseguiu o seu desígnio, numa altura em que para criar um clube de desporto, era necessário uma grande dose de estoicismo, numa época plena de dificuldades, para tudo que significasse progresso. José Monteiro da Costa chegou ainda a “sentir” o seu lindo sonho, o todo feito dessas quimeras em que uma alma jovem vive sempre.
O seu querido clube subiu, engradeceu-se de uma maneira tal, que o seu fundador, ainda vivo,  se deveria ter admirado de que a sua persistente acção, tivesse produzido um tal monumento de esforço colectivo. José Monteiro da Costa não pôde assistir ao maravilhoso apogeu a que chegou o seu “pequenino” clube! Se o destino, por vezes cruel, não lhe tem arrancado a vida, ainda veríamos José Monteiro da Costa partilhar desta época gloriosa, e mais gloriosa ainda, porque teve um passado sem mácula a desbravar-lhe o caminho.
Estas modestas palavras que aí ficam, são preito de saudade daqueles que agora vivem dentro do Foot-Ball do Porto, e que jamais esquecerão o esforço titânico dêsse simbolo, para a sua agremiação.
Este nome perdurará imareescivelmente durante todas as gerações do Foot-Ball Club do Porto, e a ele irão buscar incentivo todos aqueles que na sua carreira dentro do clube “azul branco” tenham por acaso um momento de “desânimo”.
Esta página de um livro onde as glórias e os sacrifícios formam uma avalanche infinita, predisporão todos aqueles que as lerem a saberem discernir o que de incomensurável tem o passado de um club que bem alto as soube guindar dentro do desporto lusitano.
José Monteiro da Costa, será a chama da vanguarda – embora já o seja do passado, que há-se iluminar esta estrada brilhantíssima que o F.C. do Pôrto tem a percorrer. Suceder-se-ão gerações e mais gerações, mas a chama ardente, sempre viva, lá estará a orientar tôda a acção futura.
José Monteiro da Costa é um nome que jámais se esquecerá, e o F.C. do Pôrto, a sua grande obra, há-se seguir incólume através de todos os escolhos e de todos os vendavais que infestem a nossa organização associativa”.
"Renegar as próprias raízes é próprio de gente ignóbil”.
 Dirigentes Fascistas
O excelente relacionamento que os dirigentes fascistas do clube FCPorto detiveram ao longo dos anos com o governo fascista português deu-lhes o privilégio de serem o primeiro clube em Portugal a adquirir  o estatudo de Instituição de Utilizade Pública” em 1928. O que lhes dava, mais uma vez, uma vantagem concorrencial vis à vis os seus mais directos concorrentes. Como ainda hoje acontece.
Mais de 30 anos antes de outros clubes, como o Sporting, Benfica e Belenenses, que só adquiriram o estatuto de Instituições de Utilidade Pública - segurem-se! -em 6 de Setembro de 1960!.
Esta é também a prova provada de que o FCPorto foi, de facto, fundado em 1906 e não em 1893, como tentam mentirosamente convencer as pessoas. Apesar de alguns dos documentos oficiais dessa fundação terem desaparecido, (uma táctica muito utilizada por fascistas, basta ler o post sobre Gil Moreira dos Santos) nem todos os documentos desapareceram…
 Segue uma cópia do Decreto Lei original que o declarava oficialmente.
  
Cópia do Dec/Lei de 13/3/1928
MINISTÉRIO DA INSTRUÇÃO PUBLICA
Secretaria Geral
Considerando que o Foot-Ball Club do Pôrto, fundado em 1906, com sede no Pôrto, tem prestado relevantes serviçõs à causa da educação física;
Considerando que o mesmo Foot-Ball Club do Pôrto tem vivido e continua vivendo sem que tenha carácter de exploração comercial ou industrial, estando, portanto, ao abrigo das disposições a lei nº 1:290, de 15 de Julho de 1922;
Considerando a conveniência reconhecida pelo Estado, de dar às instituições com tais características todo o apoio, a fim de lhes facilitar o desempenho da sua patriótica missão:
 
Hei por bem decretar, sob propostra dos Ministros da Finanças e da Instrução Pública, e nos termos da referida lei nº 1:290, que seja considerada instituição de utilidade pública o Foot-Ball Club do Porto, podendo assim gozar de todos os benefícios que a legislação em vigor confere a tais intituições e muito especialmente os que consigna a lei nº 1:728 de 5 de Janeiro de 1925.
Os Ministros das Finanças e da Instrução Pública assim o tenham entendido e façam executar. Paçoes do Governo da República, 13 de Março de 1928 – ANTÓNIO ÓSCAR FRAGOSO CARMONA – Manuel Rodrigues Junior – José Alfredo Mendes de Magalhães.
 
              Testemunho
Expliquem lá como é que o Porto foi fundado em 1893 pela junção de um clube de póker de bairro e outro de setas, ambos com nomes que NADA ESTÃO ASSOCIADOS ao FCPorto, e que foram extintos em 1898 porque os amigos se cansaram do divertimento. Tem mais anos o Vianense fundado em 1898 por portugueses para confrontar marinheiros ingleses que desembarcavam em Viana.

Crónica (repetida) de Rui Cartaxana
O FCPorto comemorou em 28 de Agosto o seu alegado 115º aniversário, para citar um importante jornal desportivo com “uma celebração discreta e muito intimista”, coisa que nos põem a imaginar o seu vitalício presidente a recitar José Régio e a esposa, em fundo, a tocar Mozart ao piano.
E digo “alegado”, porque nem todos os portistas, que durante quase 90 anos se habituaram a comemorar o aniversário do clube no dia 2 de Agosto, aceitam como boa a engenharia histórica que o sr. Pinto da Costa fez em finais dos anos 80, acrescentando nada mais do que 13 anos à já longa vida do clube, e tornando-o, de uma assentada, “centenário”.
Não sei se o ora suspenso presidente se inspirou numa espécie de repescagem histórica feita anos antes pelo seu rival preferido, o Benfica que, mais modesto, se contentou em “recuperar” apenas 4 anos da sua história através do parceiro com o qual se fundaria, de facto, em 1908. Sei é que, com este golpe de génio, o insigne e esmagador presidente azul venceria mais uma vez o Benfica, tornando o FCPorto centenário antes dos encarnados.
O FCPorto foi fundado reamente em 2 de Agosto de 1906 pelo eng. José Monteiro da Costa, cujos descendentes ainda pensaram, na altura, desmascarar este atropelo à sua memória. Conheci as duas pessoas “recrutadas,” digamos assim, para montar e dar alguma verosimilhança à nova “versão histórica” da fundação do clube. Uma delas era um curioso jornalista, tenaz coleccionador de histórias, uma espécie de pesquizador de ouro que esmiuçava tudo em que mexia, (cujo não idenfico porque ainda é vivo e não lhe pedi autorização par o meter nisso), a outra era, na altura, um conhecido pianista e homem de sete-ofícios, que criou ou copiou da televisão italiana a figura de um boneco que teve algum sucesso na RTP, o “Toppo-Giggio”.
A base de trabalho de ambos foi, salvo erro, o recorte de um jornal datado de 1882 ou 1883, em que era referido um certo Foot-Ball Club do Porto, criado por um senhor António Nicolau de Almeida, do qual se perderia totalmente o rasto ou mais referências nos anos que se cruzaram e que tudo indica terá desaparecido como uma alma penada. Com ele, Pinto da Costa, aumentou nada menos de 13 anos (cruzes, canhoto) ao FCPorto. Ou seja, não se contentou em “fazer história”, no seu clube durante o seu tempo, reescreveu-a andando para trás no tempo até ao século anterior.

3 comentários:

  1. Aconselho todos os leitores a irem ao blogue, "Em Defesa do Benfica", e lerem o último post do António Melo, que completa a informação neste, e que explica exactamente aquilo que aconteceu não só com a fundação do FCP mas também do Benfica.

    A verdade vem sempre ao de cima. Os mentirosos acabem sempre por serem desmascarados.

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  2. post muito bom.
    ilucidativo e verdadeiro, como e' que um clube pode sequer mentir na data de fundacao.
    sao corruptos, batoteiros, criminosos e mentirosos.
    continuem caros companheiros, pela verdade e pelo bem de portugal.

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