sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

(No Dia Primeiro, O Primeiro de 2016) A MÁFIA DA PALERMO PORTUGUESA (156)

Da série, “Um Portista sem palas”

"Se Lopetegui cedesse a pressões não me servia"

Leram bem? O autor e responsável por uma época  de zero títulos, com um plantel de milhões, com aquisições de emprestados dos grandes espanhóis, que contrariava toda uma politica desportiva do FC Porto até então, para a obtenção de resultados imediatos, que devia ganhar de olhos fechados dada a diferença para os concorrentes directos, que foi o responsável com as suas rotações e diarreias cerebrais em quase todas as desgraças da época, que nunca conseguiu superar os rivais quando era obrigado a o fazer e que praticava e pratica um futebol medíocre, chato, desorganizado e que deu continuidade esta época, para muito pior, eliminado da Liga dos Campeões quando parecia impossível, até com um Chelsea do piorio dos últimos anos  e que teve sempre sorteios favoráveis em todas as competições em que entrou: o grupo da Champions o ano passado era fraco com adversários em grave crise interna, nos oitavos teve o adversário mais acessível e caiu humilhado quando encontrou um mais poderoso; na Taça de Portugal saiu um grande, é certo, o Sporting, mas o jogo era no Dragão e foi humilhado em casa por um plantel de tostões de Marco Silva; na Taça da Liga caiu com o Marítimo, o adversário mais acessível numa meia-final, enquanto a lógica daria que a outra meia-final seria entre Benfica e Sporting, não se desse ao caso destes últimos a desprezarem completamente; já esta época, Liga dos Campeões foi o que sabemos, nem com o pior Chelsea de sempre; Na Taça de Portugal assiste de camarote a Sportings/Benficas e Bragas/Sportings e o caminho aberto para a final pois o sorteio ditou que os adversários mais fortes como Braga/Rio Aves  vão eliminar-se ; Na Taça da Liga teve o sorteio mais fácil dos 3 grandes com duas equipas dos escalões secundários e um adversário que está abaixo do meio da tabela  etc,etc,etc, e  isto agrada a Pinto da Costa. Uau!! Por não ceder a pressões e apostar sempre na sua mediocridade como treinador e uma "barata tonta" deixa o Pinto da Costa eufórico e só por isso lhe serve. É obra.

Eu compreendo que ao Pinto da Costa actual interessa-lhe pouco os zeros nas conquistas, mas os zeros na conta bancária e eles vieram quer através dos milhões da Liga dos Campeões do ano passado, quer das transferências records, quer nos negócios milionários dos direitos televisivos e acessórios. É isto que lhe serve, logo está bem servido com o Lopetegui.

"Espero que assobiem muito, que foi assim que chegámos ao primeiro lugar"

Leram bem? O Pinto da Costa actual diz isto dos sócios e adeptos que o alimentam.  O Pinto da Costa actual, que deu pela segunda época consecutiva mais um plantel de luxo ao técnico espanhol, está contente com a valente merda de futebol que o FC Porto pratica, jogo sim, jogo sim e tem o desplante de criticar aqueles que não pactuam com esta porcaria. Fazer um jogo mau de tempos em tempos, admite-se e devia ser a normalidade e foi durante muito anos no FC Porto mas actualmente faz-se um jogo bonzinho de tempos em tempos, num mar de mediocridade indescritível. E só num campeonato do mais fraco que pode haver é que um FC Porto deste nível consiga liderar o campeonato. Isso é que é incompreensível para alguém que está de fora e tenha visto os jogos do FC Porto. 

Alguma vez o Pinto da Costa à antiga admitia isto? Alguma vez o Pinto da Costa à antiga vinha lançar farpas aos adeptos que estão fartos desta mediocridade? O Pinto da Costa não tem olhos para ver o estado das coisas? Se vê mal vá ao oculista.

O Pinto da Costa à antiga, diria que não admitiria mais atitudes nem exibições constantemente indescritíveis de mediocridade e queria uma resposta em campo rápido e lançaria farpas no adversário, não os enjoativos elogios constantes ao Jorge Jesus, que já tresandam a paneleirice bacoca.


"Vamos dar atenção à Taça da Liga pelo esforço que o Proênça tem feito"

Isto é ponto alto da comédia. Portanto, o nosso interesse na prova, não é por uma mera questão desportiva, de um troféu que falta ao magnífico museu e que até ele próprio admitiu no início da época que queria pois é o único que falta, mas por solidariedade ao pau mandado que arranjou para colocar na presidência da Liga e que no pouco tempo que leva na presidência se transformou na coisa mais inútil que há memória, como comprova a sua bandeira da centralização dos direitos. Isto é patético.

Mas, até nisso não conseguiu ajudar o seu amigo Proênça, pois foi ultrapassado mais uma vez pela mediocridade que arranjou em Espanha ao ser humilhado em casa por um Marítimo de meio de tabela para baixo do campeonato português.

Já se sabe que a culpa é dos assobiadores, dizem alguns. A equipa não joga nada, há 70 e tal jogos , mas a pressão dos adeptos é a responsável. Percebem? Já o próprio Pinto da Costa,o actual, não o outro, diz para assobiarmos muito pois foi assim que chegou ao primeiro lugar. Estão a ver como FC Porto anda confuso?

Dizem que em Alvalade é que vai ser. Teremos um FC Porto atípico, daqueles que 1 em 20 faz um joguito que se veja, ou a normalidade?  Não se sabe. Nós sabemos o que o plantel vale. Mas também sabemos o resto.

A única coisa que se sabe, é que se a equipa do FC Porto não rende por causa dos assobios, como dizem alguns, então em Alvalade vão desfalecer com os assobios sportinguistas num dos estádios mais difíceis, com os adeptos mais calimeros do futebol nacional , mas por outro lado o Pinto da Costa diz para assobiarem muito, que foi assim  que chegou ao topo e sendo assim a vitória está no papo ou pelo menos o empate. Haja fé, nos assobiadores.

Já aqui disse que a mim dá-me pouco prazer ganhar títulos, só porque sim, não jogando futebol que se veja e que seja admissível para um clube como o FC Porto e com as condições que possui. Pelos vistos, muitos adeptos do FC Porto também acordaram para essa realidade. Talvez porque o comum do adepto financeiramente só perde, nunca ganha nada, coisa bem contrária aos atletas e dirigentes, com fabulosos prémios, daí cada vez se importarem menos com a qualidade do futebol, e às vezes até dos títulos desde que financeiramente compensados por outras vias.

Já aqui disse mais que uma vez, que se a preocupação do Pinto da Costa fosse a exigência e qualidade do futebol, teria que ter mandado embora o Lopetegui no fim da última época.

Agora, vir com este discurso de confronto para com os próprios adeptos é ridículo, fazendo afirmações patéticas mas talvez isso justifica muito o que passa no FC Porto actual.

Já agora, alguém vê o Pinto da Costa na hora das derrotas? Alguêm vê declarações dele depois de perder? Pois.

Também naquele primeira página gostei de ver um representante do clero a falar de inveja e perseguição em vez de paz, tolerância e compreensão. Tinha um espelho à frente.

O Lopetegui até pode ganhar o título com 20 pontos de vantagem, mas se o fizer jogando o que se tem visto até aqui não merecerá qualquer tipo de elogio. O FC Porto está sub-aproveitado há duas épocas a esta parte, quando deveríamos ter um domínio interno claríssimo, pois até esta época tínhamos opções para dar e vender nas várias competições sem perder qualidade, mas o que constatamos é que os jogadores parecem todos piores jogadores do que aquilo que são e até parece que o plantel é fraco e cheio de deficiências. É obra conseguir um feito destes. Agradeçamos ao tipo que "não cede a pressões". E é por isso, que num jogo da Taça da Liga se assista ao descontentamento de ontem. Numa época normal, com exibições normais, era só um jogo menos conseguido, com jogadores menos rodados e nunca haveria aquele coro monumental de assobios. O problema é que os adeptos constataram que a norma é aquilo que viram ontem e não a excepção: às vezes ganha-se por um, outras vezes surge um talento que resolve e branqueia a mediocridade , outra vez é o penalty (ou os penaltys) que se marca ou não, mas a desorganização, as invenções, os erros, a falta de evolução como equipa estão sempre lá quase jogo sim, jogo sim.

Mas repito o que já disse aqui, mais que uma vez, "pese todo o desprezo que tenho pelo Lopetegui como treinador, tenho muito maior pela "xungaria".  Espero que o Lopetegui no fim da época passe o testemunho mas não de mãos vazias, com vitórias rascas ou menos rascas, por inércia ou pela sorte dos deuses. Mas não estou seguro de nenhum dos cenários."

O Internationales Bankhaus Bodensee AG e o Porto

O R&C do primeiro trimestre mostra que o FC Porto abriu mais um empréstimo, desta vez de 22,195M€. Este passa a ser o maior empréstimo bancário em vigor na SAD, sendo que metade do valor é não corrente.

Não é segredo para ninguém que a SAD tinha que procurar uma alternativa ao BES, mas o Internationales Bankhaus Bodensee está a sugar grande parte das receitas operacionais da SAD... e não só.

O empréstimo 12M€ aberto em maio apresentou como garantia o prémio de participação na Champions 2015-16. Ora, a época acaba em maio, e a UEFA paga logo aos clubes que se apuram diretamente para a fase de grupos. A SAD não conseguiu esperar o que pode ter sido apenas uma questão de dias, talvez duas ou três semanas, e antecipou os 12M€. 

O contrato de patrocínio da Warrior serve como garantia para um crédito de 1,533M€, aberto em janeiro de 2015. E o dinheiro do market-pool da UEFA já foi destinado ao mesmo banco, como garantia de um empréstimo de 2,84M€, também de julho.

Já se sabia que a SAD fez o pedido de empréstimo de 12M€ de Julho dando como garantia precisamente os 12M€ que o Real Madrid ainda tem que pagar por Danilo. Mas agora, para garantia do empréstimo de 22,195M€, a SAD apresentou o dinheiro da receber da Juventus por Alex Sandro.

Para começar, as taxas do Internationales Bankhaus Bodensee AG estão a aumentar. Em maio era de 4%, em julho de 5% e agora subiu para 6% (acima da média anual de 5,02% da SAD). O facto de a SAD não ter capacidade de esperar pelo dinheiro de Alex Sandro faz com que os 26M€ (mais-valia de 21,362M€) deixem de o ser. 

Ao valor da transferência para a Juventus, agora há um «juro» de 6% para pagar. Não pelo bolo todo, pois a dívida corrente ao Internationales Bankhaus Bodensee AG é de cerca de 11M€ (no caso deste empréstimo), enquanto a Juventus só vai pagar 8M€ por Alex Sandro neste exercício (pagará mais 15M€ na época seguinte - e o empréstimo vence precisamente em julho de 2017). Mas é um valor que, no futuro, acaba por ser deduzido quando do pagamento da Juventus.

Primeiro foi com Danilo (taxa de 5%), agora com Alex Sandro (6%). A dependência de mais-valias já é elevadíssima, mas se agora todas as vendas passarem a servir para abater créditos bancários, os juros vão fazer com que o saldo real da transação de um jogador decresça. E assim, a necessidade de mais-valias pode aumentar.

É que parecendo que não, em 2015 o FC Porto já pediu 40M€ a esta entidade, de um total de 78M€ de dívida corrente.

PS: Lembram-se do empréstimo de 30M€ do BES e de Mangala como garantia? Eis o ponto de situação: o FC Porto tem ainda 17M€ em dívida, que foi renegociada, que tem como prazo de vencimento setembro de 2016. Depois de Mangala sair, a SAD deu Danilo como garantia. E agora que Danilo saiu, passam a estar dois jogadores sob garantia: Brahimi e Herrera. O primeiro é impossível segurar no fim da época, o segundo está a desiludir nos dois campos: desportivo e financeiro.

F.C.PORTO, Comissões de 430 mil € à ENERGY SOCCER de Alexandre Pinto da Costa

 O portal Football Leaks divulgou esta quinta-feira novos documentos relacionados com o FC Porto, neste caso sobre verbas alegadamente pagas pela SAD à Energy Soccer de Alexandre Pinto da Costa, filho do presidente portista. 
De acordo com os documentos divulgados, a empresa de representação de jogadores terá recebido cerca de 430 mil euros por serviços de intermediação referentes a quatro negócios distintos.
Sobre a transferência de Carlos Eduardo, em 2013, a Energy Soccer faturou 123 mil euros aos dragões, além de 84 mil cobrados ao Estoril. Aquando da mudança de Christian Atsu para o Chelsea, no mesmo ano, os serviços ficaram por 184 mil euros. No caso de Rolando, a Energy Soccer participou nos dois empréstimos do central para Itália: pela cedência do central ao Nápoles, em janeiro de 2013, recebeu dos dragões 123 mil euros, e na época seguinte, em que Rolando foi emprestado ao Inter, a SAD pagou 75 mil euros euros. Os serviços prestados ao FC Porto nestes quatro negócios chegaram aos 430 mil euros.

Bruno De Parvalho (o dos 2%) e P.C.
Foi assim o desespero de Bruno Parvalho (o dos “menos que os brancos”), depois de ter sido literalmente enrabado pelos brancos e nulos, aquando da sua primeira tentativa de assalto, como testa de ferro em decadência e, ao mesmo tempo,  abocanhar o tacho que o iria tirar da bancarrota e da miséria. 
Prometeram-lhe!
De trambolhão em trambolhão, a anunciada tentativa de nova candidatura, está votada ao absoluto fracasso! Mais um!

O primeiro fracasso, para quem não sabe, foi a RTN, o tal canal-aborto, morto precocemente, que lhe levou os tostões angariados por antecipação de herança e empréstimos particulares, transformados mais tarde em pseudo-acções, por falta de pagamento dos mesmos, que resultou em falência e os pseudo-accionistas não mais viram a côr do dinheiro "investido".

O segundo fracasso (fora outros à margem da "mídea") chama-se: Porko Canal.
Em poucas palavras se conta como sucedeu a primeira intervenção de Gangster da Costa naquele Canal:
Bruno Parvalho, segundo o próprio, um "expert" em gestão e administração, habilitado pelas mais altas escolas inglesas (!!!) de um momento para o outro, deparou-se com "problemas de tesouraria" no seu (e de outros também) Porko Canal. Recorreu aos bancos. 
Desta vez faltou-lhe o tráfico de influências que o ajudou na implantação da morta e enterrada RTN.

Que fazer?

Conhecendo a intenção do velho corrupto na criação de um canal para o clube que vem roubando há mais de trinta anos, Parvalho, solicitou os "préstimos" do velho amigo para colmatar o momento de aflição, 

Condições imposta por Gangster da Costa:

1. As acções retidas por Bruno Parvalho na sociedade do Porko Canal, figurariam no acordo como garantia do empréstimo, passando aquelas em definitivo para o nome do velho cagão ou para a SAD do clube, em caso de não cumprimento do aprazado;

2. Uma cadeira na direcção do canal e criação de um programa de cariz cultural,que viria a ser ocupada/apresentado pela ex-duas vezes, Filomena.

Escusado será dizer que Parvalho ficou na merda e sem canal.

Terceiro fracasso: o NÃO rotundo de Luís Filipe Vieira, quando Parvalho se ofereceu para ocupar a posição de Director-Geral da Benfica TV.

Em síntese, sem eira nem beira é este o "credebilíssimo" candidato que nos espera para confrontar Luís Filipe Vieira.

Pessoalmente, não acredito que o desacreditado pelintrão seja testa-de-ferro de alguém, mas que anda (como sempre) a fazer-se a tachos, ninguém duvida.

UMA CHINELADA VINDA DO SEIXAL
Suponham uma criança, nascida nos anos 70, 80 ou até 90. Agora é um homem feito, ou uma mulher feita. Por razões familiares, de amizade, de azar, decide ser do Sporting. É convencido pelo pai, irmão, vizinho ou colega de carteira que o Sporting é o maior clube do mundo. Ele não desconfia, as sucessivas derrotas são fruto de uma conjuntura adversa, explicam. Nem sempre foi assim, garantem. O tempo passa e vão surgindo sinais, cada vez mais fortes, que há um quiproquó. O clube fundado para ser um dos maiores da Europa, não só passa completamente despercebido no velho continente, como até trocam o seu nome com frequência, como se fosse aquele colega da empresa que trabalha no armazém, na cave, que só vemos na festa de Natal.   

Pior, o Sporting de Portugal – ou de Lisboa como é chamado no resto do mundo – não é sequer o maior de País. E já nem é o segundo. E, azar dos Távoras, nem sequer é o maior da sua cidade, nem da rua dele, porque mais à frente na segunda circular mora o enorme Sport lisboa e Benfica. Imaginem a frustração.

É por esta razão, humanamente aceitável, que o Sportinguista se torna lagarto. Uma metamorfose inversa à da lagarta que se transforma em borboleta. Uma revolta biológica contra o equívoco que sofreu. Quando sai do casulo, transformado em lagarto, o ex-sportinguista acredita piamente nas coisas mais inverosímeis desta vida. Não que seja ingénuo ou pacóvio, mas por necessidade, para que a sua vida faça sentido.   

Acredita, por exemplo, na glória mundial de um Joaquim Agostinho, mediano ciclista a nível europeu, cujas grandes vitórias internacionais foram com a camisola de clubes franceses e belgas. Acredita que uma garagem em Leiria cheia de chinesices se pode chamar de museu. Acredita que vitórias internacionais de atletas que representam outros emblemas, também são do Sporting só porque estes são associados ou já passaram pelo clube. Acredita no embuste do clube mais eclético de Portugal e segundo da Europa, mesmo contrariando os números da história e da atualidade.

Por fim, enaltecia orgulhoso o facto de, ao menos, serem os melhores a formar jogadores de futebol. Esta era uma verdade inabalável, apesar de que olhando para os resultados desportivos e financeiros, deveriam ser também os que menos se aproveitavam desse facto e nesse aspeto, dou o braço a torcer, eram mesmo dos melhores do mundo.

Contudo, há sempre um dia que o nosso mundo nos foge dos pés e esse dia é hoje. A notícia surge de rompante: o Sport Lisboa e Benfica vai ser distinguido na 7.ª edição dos Globe Soccer Awards, em cerimónia a realizar no próximo dia 28 de Dezembro, no Dubai, com o prémio “Best Academy of the year”, pelo trabalho desenvolvido no Caixa Futebol Campus.

O ex-sportinguista, agora lagarto, não desarma. Que importância é que isso tem? Jovens? Formação? Temos o Jesus, somos campeões da supertaça e trivencedores do dérbi. São assim os nossos vizinhos.Como uma melga no escuro do nosso quarto. É abrir a luz e usar o chinelo.
(Brilhante texto do blogue “Travessa do Alqueidão”)

O Benfica Fodeu-os!!!
"A lógica divisionista que prevaleceu na eleição de Pedro Proença para a Liga acabou por liquidar as hipóteses da centralização.

O contrato assinado entre o Benfica e a NOS agitou, como não podia deixar de ser, o país desportivo e o país económico. Este último passou a estar ainda mais alerta para a importância do futebol no contexto televisivo, abrindo-se espaço para uma guerra, entre os operadores, pela compra de conteúdos. Vão ganhar com tudo isto os clubes, que passarão a ver os direitos de que são titulares valorizados de forma mais consentânea com a realidade. Mas não se esperem alterações radicais: os clubes mais pequenos poderão esperar valores da ordem dos três milhões de euros por época (melhor que os 1,8/2 milhões actuais) e os outros grandes, FC Porto e Sporting, passarão a ter por objectivo aproximarem-se tanto quanto possível do valor de referência do Benfica (25 milhões pelos jogos e 15 milhões pela distribuição da BTV).

Como não é difícil calcular, a NOS (que tem um presidente portista... ) não fez nenhum favor ao Benfica quando chegou aos 400 milhões por dez anos. Business e nada mais, os valores a que chegaram foram resultado de estudos de mercado e não de qualquer devaneio que, muitas vezes, o voluntarismo de algumas opiniões pode levar a crer. Uma sondagem, elaborada para a NOS, concluiu que o Benfica representa 55 por cento do mercado televisivo em Portugal, um número que está em linha com estudos realizados pelos encarnados aquando do lançamento da BTV (apontava para um valor entre os 55 e os 60 por cento) e até com os valores apurados, há mais de uma década, pela Sporting, Comércio e Serviços (50 a 55 por cento). Será, tenho a certeza, com a frieza dos números e o objectivo do lucro como pano de fundo, que os operadores irão abordar os restantes clubes, nomeadamente FC Porto e Sporting. Parece, pois, ultrapassada em Portugal, a fase da intermediação nos negócios dos direitos televisivos. A decisão do Benfica de entregar à BTV os jogos dos encarnados foi uma pedrada no charco que acabou com o paradigma vigente e abriu a porta a uma maior liberdade negocial. E a centralização? Parece condenada. Para que o caminho fosse esse, era preciso que se verificasse uma união entre os principais clubes que deveria ter tradução na Liga. Não é possível imputar, de boa-fé a culpa deste desenlace a Pedro Proença. Mas será possível culpar a lógica que o fez presidente.
Por José Manuel Delgado

Um novo paradigma no negócio do futebol
 Por: João Marcelino
Um momento muito importante da alteração do posicionamento da MEO quanto aos conteúdos desportivos deu-se com a renegociação do contrato com a SporTV. Joaquim Oliveira tinha percebido a intenção da Altice em baixar o pagamento pelos seus canais de desporto (como se quer fazer agora com a SIC, reduzindo para metade os 20 milhões que a PT de Zeinal Bava pagava a Pinto Balsemão) e traçou, como sempre, a estratégia esperta. Com a NOS, a parceira na SporTV, decidiu o preço. A seguir foi à Vodafone e à Cabovisão. Quando os franceses pretenderam falar já o preço estava feito e não valia a pena espernear, embora a Altice ainda o tivesse tentado. A alternativa para a MEO, nesse momento, era ficar sem o futebol (como os círculos próximos de Oliveira começaram a fazer circular na imprensa amiga) e enfrentar uma eventual deserção dos assinantes. Os mesmos que deram emprego aos ‘Gato Fedorento’ durante tantos anos. Por isso, Armando Pereira, o grande accionista português da Altice, ‘self-made’ de Vieira do Minho, decidiu investir contra o vizinho oriundo de Penafiel. Ia apostar no desporto, sendo candidato a tudo, do Benfica aos direitos de todas as provas importantes, nem que fosse para subir a parada, como agora mesmo também na Liga Inglesa, que a SporTV acaba de recuperar por dez milhões de euros quando no último concurso os havia perdido por três para a BTV.

O Benfica já tinha sido peça essencial da afirmação da MEO, de Zeinal, face ao irmão desavindo da TV Cabo, de Rodrigo Costa. Contra os interesses de Oliveira, que sempre convidava ambos para os convívios de data redonda, prolongando à mesa as posições que assumira nas duas operadoras para melhor cuidar dos seus interesses. O momento decisivo falhado foi o da junção da PT com a ZON (hoje MEO) na SporTV, chumbada pela Autoridade da Concorrência por força da lógica argumentação do Benfica de Luís Filipe Vieira e da Liga de Clubes, à qual ainda presidia Mário Figueiredo, que Oliveira demorou a conseguir fazer substituir por Luís Duque (e depois, contra a sua vontade, mas por desejo de Pinto da Costa e Bruno de Carvalho, pelo ex-árbitro Pedro Proença).

A Altice atacou o Benfica a fundo e aí acabou a estratégia de centralização de direitos do futebol, a que o próprio Oliveira já tinha aderido fazendo jus à velha máxima de que ‘se não os podes vencer junta-te a eles’. A centralização tinha aparecido com Duque depois de muitas horas de negociação nas instalações da velha Olivedesportos e sem a hostilidade de Luís Filipe Vieira. “Vamos estudar, é possível”, tinha admitido o presidente do Benfica. O importante era estabelecer os parâmetros da distribuição dos dinheiros (onde o Benfica e FC Porto se prepararam durante meses para ultrapassar definitivamente o Sporting, desenhando critérios à medida). Mas tudo isso morreu no dia em que o Benfica garantiu o bi-campeonato e Pinto da Costa interiorizou a ideia de que tal tinha acontecido pelo controlo da arbitragem. Era preciso mudar. Aí, começaram a contar-se as espingardas. Oliveira ficou entregue à lealdade que sempre pode contar com ele nos momentos-chave e acabou por, a contragosto, deixar cair Duque para assumir o preferido do FC Porto: Pedro Proença, o colega de estudos de Bruno de Carvalho.

Proença tem-se revelado “falho de capacidade de gestão”, queixam-se alguns clubes, que também lhe notam falta de experiência nas relações humanas. No dia 1 de Dezembro último, por exemplo, anulou na véspera uma reunião com os dirigentes dos clubes da Liga para debater a centralização. Decidiu ir a uma reunião a Paris quando já havia dirigentes a dormir no Porto. E nessa altura já a MEO e a NOS estavam na recta final do seu choque pelo Benfica. Proença nem percebeu que estava na véspera da morte da desejada centralização dos direitos televisivos, importante sobretudo para os clubes médios e mais pequenos, que inevitavelmente o vão passar a contestar.

Depois deste negócio do Benfica há duas certezas: Oliveira vai perder em 2018 a sua ‘galinha dos ovos de ouro’, a PPTV (que comprava direitos aos clubes para depois os revender à SporTV, onde também já só tem 35%); e a sonhada centralização de direitos pela Liga de Clubes acaba antes de começar – agora são os grandes operadores que pescam à linha e fazem o preço. O negócio é entre distribuidores e produtores de conteúdos, dispensando o intermediário criado na década de 80 pela RTP de José Eduardo Moniz, quando este, curiosamente, dirigia uma televisão que não tinha concorrência. A Altice/MEO já tem o Boavista e apresta-se para fechar o Belenenses. Diz-se que a NOS/Sonae/Isabel dos Santos já terá o Marítimo, para além do Benfica. E a luta prossegue, porventura até ao momento final de um acordo entre elas.

Não seria de admirar que o negócio do Benfica acabasse por ser o auge e, ao mesmo tempo, o final das hostilidades e fizesse sentar à mesa MEO e NOS para um dividir das despesas. Essa é uma hipótese muito real que ajudaria a fechar o círculo e a dar ainda algum conforto à já desgastada posição de Oliveira no mundo do futebol, onde a sua carreira de intermediário de direitos acaba de vez em 2018, quanto terminarem todos os contratos que ainda detém e já sem a sua famosa cláusula de preferência. Era com essa cláusula na mão que durante 25 anos o dinheiro, intermediado pelas suas garantias, ia dos bancos para os clubes renovando automaticamente os contratos para além dos prazos de vigência dos dirigentes que os assinavam. Esse tempo, em que Oliveira mandava com o dinheiro dos outros (os bancos), passou à história com a mesma crise que já o obrigou a vender a posição na PT, ter de sair dos Media (onde só ficou com a percentagem que funciona como garantia da grande dívida que tem no BCP e BES/Novo Banco). De onde quis sair, não teve permissão…

Neste negócio NOS/Benfica, Oliveira não foi, no entanto, apanhado de surpresa. Sabia. E como sempre, optou pelo mal menor. O pior seria a vitória da Altice. O ideal, para os seus interesses, será agora que todos se fundam num acordo geral que coloque a Altice no lugar que a Concorrência não permitiu à então PT e finalmente deixe a SporTV estancar a perda de assinantes. Mas este processo só tem um grande vencedor: Luis Filipe Vieira e o Benfica.
O valor de referência do futebol é agora outro, como o presidente do Benfica sempre reivindicou. Os clubes tomaram consciência do produto que têm nas mãos e a próxima grande batalha será travada por FC Porto e Sporting. Pinto da Costa indexou no contrato com Oliveira os valores a receber pelo seu clube ao que o Benfica viesse a conseguir. E as dúvidas colocam-se: isso também é válido para este contrato Benfica/NOS? E se for: os 85% do valor a dar ao FC Porto são sobre 40 milhões ou sobre 25? É que não foi por acaso que o ‘exclusivo BTV’ foi avaliado neste contrato em 15 milhões autónomos… E o Sporting, o clube durante tantos anos entregue aos ‘amigos’ de Oliveira e Ricciardi, que ousaram pensar contratar José Couceiro para presidente, levando-o a eleições contra Bruno de Carvalho, o que irá fazer? O Sporting está na posição mais difícil e, para manter a competitividade no futebol, não pode ficar quieto nesta batalha.

Vai ser muito interessante, do ponto de vista económico e financeiro, acompanhar o futuro do negócio das transmissões televisivas em Portugal. E, no perceber das pistas para esse percurso, há perguntas para Miguel Almeida, presidente executivo da NOS, responder já na conferência de imprensa programada para a próxima quinta-feira, 10, o dia em que a Benfica TV completa 7 anos.